Através de documento registrado no cartório, a Casa de Macau de São Paulo de nome oficial “Associação da Casa de Macau”, passou a existir oficialmente em 31 de julho de 1989.
No dia 5 de agosto de 1989, a comunidade macaense de São Paulo e do Rio de Janeiro reuniu-se num almoço realizado no bairro de Moema em um restaurante chinês e assinou o livro de Ata homologando a fundação da associação. Na época, ainda não tinha sido fundada a Casa de Macau do Rio de Janeiro que aconteceu dois anos depois.
Até 1992, a associação não dispunha de uma sede. As confraternizações aconteciam na Casa de Portugal, na Avenida da Liberdade, ou em restaurantes. E no dia 29 de março de 1992, finalmente foi inaugurada a sua sede que ocupa um terreno de 5.ooo m2 ao lado da Represa de Guarapiranga. Foi cedida à associação para usufruto mediante um contrato de comodato, a rigor, de locação patrocinada. Há conversações para a sua venda pelo locador e a transferência para um local com mais facilidades de acesso pelos meios de transporte público, como o metrô, e mais próximo do centro, haja visto que a atual localização dista quase 30 kms do centro da cidade. Com o avanço da idade, muitos associados da terceira idade encontram dificuldades para se deslocarem à sede.
Muitos contribuíram e ainda continuam contribuindo para o funcionamento das atividades da associação. Nos 25 anos da sua vida, pudemos contemplar o falecimento de associados, outros mais envelhecidos já com suas limitações, aqueles mais jovens hoje crescidos que já não dependem mais dos pais para irem ao clube. Eramos muitos, e ainda somos muitos que compõem a comunidade macaense, se levarmos em consideração os descendentes e agregados, no entanto, percebe-se uma significativa redução de seus membros na participação das atividades e associativas. Muitos deixaram a associação por divergências pessoais e/ou de outra natureza, e com eles os seus familiares, cada um com os seus justificados motivos que não cabe avaliá-los.
Ao completar 25 anos, a Casa de Macau de São Paulo segue adiante. Passou por vários ciclos e alterações dos seus estatutos, que certamente não serão os últimos. Como a vida, tudo evolui conforme os personagens que vão surgindo e aqueles que vão deixar saudades. Uns temem o fim da associação, que no entanto não parece estar tão próximo. A vida nos dá exemplos que nem tudo se acaba, mas muito se adapta às circunstâncias que se oferecem aos sobreviventes. Isto vem acontecendo desde a sua fundação e homologação naquele restaurante chinês, em 05 de agosto de 1989. Foi uma vida de formas de administração diferenciadas e de variados colaboradores com seu próprio estilo e crença. Cada um com a sua razão e ninguém com a verdade única.
A nova geração de hoje, que muitos não acreditam que dará continuidade à associação, poderá se espelhar na antiga “nova geração” da época da sua fundação em 1989 que hoje cresceu e está apta para assumir as responsabilidades para quando for necessário. Só não acredita quem não dá oportunidades e não oferece condições. A congênere carioca dá o exemplo, mesmo tendo sido fundada dois anos após, aliás muito justo a criação da Casa de Macau do Rio de Janeiro, independente e autônoma. Só vão dizer proliferação de Casas no mesmo país e em diferentes cidades, aqueles que não reconhecem o espírito de independência e autonomia de uma comunidade local com bom número de pessoas reunidas.
Não dou nomes nesta postagem pois são inúmeras pessoas que contribuíram para a sua fundação e manutenção. Uns ofereceram mais, outros menos, mas todos, acredito, conscientes que deram o seu contributo dentro das suas possibilidades e as condições que se ofereciam ou que se oferecem.
Parabéns a todos nós da comunidade macaense em geral, pelas Bodas de Prata dos 25 anos da Casa de Macau de São Paulo. Contribuímos, podemos contribuir e contribuiremos, se não hoje, mas amanhã, no futuro. Certamente nos momentos difíceis que possam advir, uma, duas ou mais mãos se estenderão para salvá-la, mesmo aqueles ausentes mas conscientes que um dia poderá contar com a sua ajuda em condições favoráveis.
ass. Rogério P.D. Luz
autor do blog, associado que chamam de “sócio fundador” e membro eleito para o Conselho Deliberativo Permanente da CMSP
Vídeo do almoço no restaurante chinês em que a comunidade macaense homologou a fundação da CMSP em 5/8/1989
Publicado no You Tube em Agosto de 2007 – errata: onde se lê “homolação” deve ser lido como “homologação”
Vídeo do Coral Vozes de Macau a cantar Verde Vinho e brindando os 25 anos da CMSP na festa de 27/07/2014
Algumas imagens da festa de 27/07/2014 que comemorou as Bodas de Prata da Casa de Macau de São Paulo
Rui de Senna Fernandes, o mais velho associado da CMSP assopra as velas dos 25 anos. Uma justa homenagem.
* Demais vídeos e fotos da programação cultural e convívios na festa em postagens avulsas neste blog.
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
Não poderia este blogue deixar de fazer mais um registo histórico de uma tradição mantida na Macau do ano de 2023, hoje, território da República Popular da China. Assim, o nosso colaborador, Manuel V. Basílio, macaense residente em Macau, nos dá o relato, com fotos, sobre a procissão de Nossa Senhora de Fátima realizada no […]
Páginas digitalizadas do Anuário de Macau, Ano de 1962, o que aparentemente foi o último da série, ficamos aqui a conhecer quem eram as pessoas que ocuparam cargos no – Governo da Província e Repartições Públicas. Mesmo passados mais de 60 anos, agora que estamos na década com início em 2020, muitos nomes ainda estão […]
Hoje, 24 de Junho de 2022, comemora-se 400 anos de “A Maior Derrota dos Holandeses no Oriente” na sua tentativa de tomar Macau dos portugueses. Até a transição de soberania de Macau, de Portugal para a República Popular da China, em 20 de Dezembro de 1999, a data era comemorada como “DIA DE MACAU” ou “DIA DA […]
Comentários