Na postagem anterior “Paranapiacaba, um passeio com nevoeiro e chuvisco” (clicar aqui para ver e entender melhor esta postagem) dei um panorama geral da vila do município de Santo André, no estado de São Paulo. Nesta vou mostrar imagens de lugares específicos e falar um pouco mais deles.
Paranapiacaba é uma vila onde um grupo inglês denominado de San Paulo Railway Company Ltd. se instalou e construiu o sistema ferroviário na Serra do Mar. Isto aconteceu quase no final do século XIX. As casas e a organização da vila seguiram os padrões britânicos, que hoje, preservadas, constituem um patrimônio histórico e ponto turístico bastante visitado. A nossa visita aconteceu num dia em que um nevoeiro, que é costumeiro na região, acompanhado de chuvisco perdurou o dia todo, até a partida.
A Vila de Paranapiacaba é tombada pelo CONDEPHAAT do Governo do Estado de São Paulo como monumento nacional, pelo IPHAN (Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) que a classificou como Patrimônio Histórico Nacional e pelo CONDEPHAAPASA do município de Santo André. No ano 2000 foi declarada como Tesouro Cultural Mundial pelo World Monument Fund. Há um movimento que se alastra por anos, para que seja classificada como Patrimônio Mundial pela UNESCO.
No ano de 2002, a Prefeitura Municipal de Santo André comprou a Parte Baixa da vila da Rede Ferroviária Federal, que a integrou à sua rede após a São Paulo Railway, sua antiga proprietária, ter sido encampada pelo Governo Federal em 1946. A vila se divide em Parte Alta e a Parte Baixa que compreende a Vila Martim Smith, o Pátio Ferroviário e a Vila Velha. Assim todos os moradores dessa Parte Baixa pagam aluguel à Prefeitura, não podendo ser proprietários dos seus imóveis e nem mudar suas características originais. Agora, quanto à Parte Alta, por onde se chega pela rodovia, já é de propriedade particular, sendo também conhecida por Vila Portuguesa. Os portugueses se estabeleceram nessa parte da vila, após a chegada dos ingleses com a sua São Paulo Railway, e construíram suas casas a lembrar os povoados de Portugal
(Fotografia de/photos by Rogério P.D. Luz – clicar nas fotos menores para ampliar)
A PARTE ALTA – VILA PORTUGUESA – DE PARANAPIACABA
As casas são de propriedade privada, ao contrário da Parte Baixa que pertence à Prefeitura, e foi fundada pelos portugueses após a chegada dos ingleses com seus trabalhadores para construção da ferrovia. Procurou-se construir moradias similares a povoados portugueses.
IGREJA BOM JESUS DE PARANAPIACABA NA PARTE ALTA DE PARANAPIACABA
A igreja de Paranapiacaba, em sua origem, chamou-se de Capela do Alto da Serra, e recebeu licença quinquenal para celebração de missas pela primeira vez em 8 de agosto de 1884.
Sua construção foi iniciada naquele ano. A 2 de fevereiro, foi eleita uma comissão de obras e a pedra fundamental da igreja foi lançada no dia 3 de fevereiro de 1884. Antes da capela propriamente dita, a localidade contava com um oratório, cujo registro mais antigo data de 1880.
A igreja teve, como padroeiro, o Bom Jesus. Com a criação da paróquia de Ribeirão Pires em 1911, a igreja do Bom Jesus do Alto da Serra passa a ser ligada a ela; hoje, a igreja de Paranapiacaba é anexada à paróquia de Rio Grande da Serra.(Wikipedia)
* É a única igreja católica de Paranapiacaba. Os ingleses que se estabeleceram na Parte Baixa eram anglicanos (cisão da igreja romana) e não se preocuparam em construir a sua igreja. Os portugueses católicos a construíram após se instalarem no local.
CLUBE UNIÃO LIRA SERRANO LOCALIZADA NA PARTE BAIXA DE PARANAPIACABA
Esse clube é a união da Sociedade Recreativa Lira da Serra e do Serrano Atlético Clube os dois incentivados pela São Paulo Railway. Sua sede foi edificada na década de 1930, época das últimas construções da SPR, como o antigo II Grupo Escolar, ambos localizados na antiga Praça Prudente de Moraes.
O prédio em madeira, coberto por telhas francesas, possui um hall de entrada que distribui os acessos. O salão se transformava em quadra de futebol. Por cima do palco, apreciam-se as urdiduras do teto para a sustentação de cenários dos espetáculos que ali ocorriam.
A boca de cena possuía adaptação para descida de tela que projetava filmes de cinema. Na parede oposta, existem os visores da sala de projeção, onde se pode ver os dois projetores originais fixados ao chão. Nas laterais, existem dois camarotes que foram utilizados pelo alto escalão da São Paulo Railway e placas metálicas com os nomes dos frequentadores.
No pavimento superior, encontra-se o coro (foyer), que dá acesso à sala de troféus, onde se pode apreciar uma vasta coleção da premiação de futebol e outras atividades esportivas ocorridas no antigo clube – testemunhos da história local. Contam os antigos que os jogadores locais, nas partidas contra visitantes, eram grandemente beneficiados pela espessa neblina que amiúde se abatia sobre o campo, por terem desenvolvido uma espécie de sexto-sentido baseado na audição.(Wikipedia)
* Com o natural isolamento da Vila de Paranapiacaba, os ingleses proprietários da São Paulo Railway preocupados em criar opções de lazer e recreação, fundaram este clube, cujo projetor de cinema tinha o carvão como sua fonte de luz. A vila tinha o seu mercado (hoje apelidada de mercado antigo e em funcionamento), garantindo o abastecimento regular, além de comércio na Rua Direita e escolas para alfabetização dos filhos dos trabalhadores da ferrovia.
MUSEU FERROVIÁRIO OU MUSEU FUNICULAR NA PARTE BAIXA DE PARANAPIACABA
Trata-se da exibição das máquinas fixas do quinto patamar da segunda linha e a do quarto patamar da primeira linha, que transportavam o trem por meio do sistema funicular. No museu, há, também, a exposição de diversos objetos de uso ferroviário, fotos e fichas funcionais de muitos ex-funcionários da ferrovia.(Wikipedia)
A PASSARELA METÁLICA QUE LIGA AS PARTES ALTA E BAIXA DE PARANAPIACABA PASSANDO POR CIMA DA LINHA FÉRREA
MUSEU DO CASTELO NA PARTE BAIXA DE PARANAPIACABA
Essa residência, também denominada de “Castelinho”, situa-se entre a Vila Velha e a Vila Martin Smith. Localizada no alto de uma colina, com uma excelente vista privilegiada para toda a vila ferroviária, foi construída por volta de 1897 para ser a residência do engenheiro-chefe, que gerenciava o tráfego de trens na subida e descida da Serra do Mar, o pátio de manobras, as oficinas e os funcionários residentes na vila.
Sua imponência simbolizava a liderança e a hierarquia que os ingleses impuseram a toda a vila; ela é avistada de qualquer ponto de Paranapiacaba. Dizia-se que de suas janelas voltadas para todos os lados de Paranapiacaba, o engenheiro-chefe fiscalizava a vida de seus subordinados, não hesitando em demitir qualquer solteiro que estivesse nas imediações das casas dos funcionários casados.
No decorrer de mais de um século de uso, foram feitas várias reformas e tentativas de recuperação de seu aspecto original; as maiores reformulações foram realizadas nas décadas de 1950 e 1960. Foi restaurado pela prefeitura de Santo André em parceria com a World Monuments Fund.(Wikipedia)
A casa do inglês gerente da São Paulo Railway no alto do morro com visão geral da vila, hoje Museu do Castelo.
LARGO DOS PADEIROS – ONDE VOCÊ FAZ UMZ PAUSA PARA UM LANCHE, SALGADINHO, CAFÉ OU REFRIGERANTE
a
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
Páginas digitalizadas do Anuário de Macau, Ano de 1962, o que aparentemente foi o último da série, ficamos aqui a conhecer quem eram as pessoas que ocuparam cargos no – Governo da Província e Repartições Públicas. Mesmo passados mais de 60 anos, agora que estamos na década com início em 2020, muitos nomes ainda estão […]
Hoje, 24 de Junho de 2022, comemora-se 400 anos de “A Maior Derrota dos Holandeses no Oriente” na sua tentativa de tomar Macau dos portugueses. Até a transição de soberania de Macau, de Portugal para a República Popular da China, em 20 de Dezembro de 1999, a data era comemorada como “DIA DE MACAU” ou “DIA DA […]
1 Aqueles bons tempos de Macau, que já não voltam mais, de peças teatrais com participação de macaenses, são recordadas por Jorge Eduardo (Giga) Robarts na sua página no Facebook. Com autorização do Giga, as imagens foram copiadas e editadas, inclusive seus textos. Fazem parte do seu acervo, bem como, partilhadas por seus amigos dessa […]
Pingback: Paranapiacaba no Festival de Inverno de 2019 com imagens em grande angular | Cronicas Macaenses