Uma evocação à memória de 14 personalidades de vários setores de atividade pública e privada , naturais de Macau ou ligadas ao território, que “deixaram o nosso convívio nos últimos cinco anos (entre 1992 a 1997)”, assim inicia o artigo da Revista Macau na sua edição de Maio de 1997, ainda nos tempos em que a cidade era administrada pelos portugueses.
De forma resumida, auxilia bem o leitor que queira conhecer biografias de personalidades em poucas linhas. Nesta postagem, o grande advogado e político macaense, que poderia ter mudado a história de Macau se houvesse condições para isso:
CARLOS AUGUSTO CORRÊA PAES DE ASSUMPÇÃO
Advogado, político 1929 – 1992, natural de Macau
(O artigo não traz o nome do seu autor. Extraído da Revista Macau edição de Maio de 1997)
FILHO primogeménito de um advogado provisionário e de uma senhora originária do arquipélago de Trinidad, que lhe deram mais sete irmãos, Carlos Assumpção nasceu em Macau em 1 de Março de 1929, no seio de uma família tradicional — o barão Paes d’Assumpção (bisavô de Carlos Augusto) exercera em Macau funções de grande destaque.
Órfão de pai aos 14 anos, Carlos Assumpção frequenta o Liceu de Macau durante os anos da II Grande Guerra. Com o fim do conflito, ruma para Coimbra, onde se forma em Direito. Remontam a Coimbra os seus primeiros passos na vida política, com a sua eleição para presidente da Associação Académica.
Concluída a licenciatura com distinção (foi o melhor aluno do curso), Carlos Assumpção regressou a Macau, deixando em Coimbra, a acabar Medicina, a sua futura mulher. Dedica-se afincadamente ao trabalho num cartório de advocacia na Rua Central, granjeando, em pouco tempo, fama e clientela. Em 1956, é eleito vogai do Conselho Consultivo do Governador e, dois anos depois, assume o cargo de notário e director da Secretaria Notarial (funções em que se manteria até 77).
Vive por dentro a crise do “Um-dois-três”, de 1966. Integra o Conselho de Defesa, chega a chefiar a delegação que negoceia com as autoridades chinesas uma saída para o conflito, mas acaba por abandonar a comissão.
Em 1968 é escolhido como procurador à Câmara Corporativa, iniciando novo mandato em 72 (interrompido em 25 de Abril de 74).
Funda e lidera a Associação para a Defesa dos Interesses de Macau (ADIM), que se viria a tornar, na década seguinte, a mais importante força política local, e colabora intensamente na elaboração do primeiro Estatuto Orgânico que instituiu a Assembléia Legislativa.
À frente da ADIM e de outras forças políticas, vence as eleições directas para aquele órgão em 1976, 1980, 1984 e 1988, sendo sucessivamente eleito pelos seus pares presidente da Assembléia Legislativa, cargo que ocuparia durante quase 16 anos, até à sua morte a 20 de Abril de 1992.
No seu obituário, inscrevem-se ainda a participação na comissão de redacção da Lei Básica de Macau, a convite da RPC, e uma série de elevadas distinções de Macau e da República Portuguesa.
Um busto em sua memória foi inaugurado na Taipa pelo Presidente Mário Soares, em 1993, numa rotunda com o seu nome que figura também numa importante alameda dos novos aterros do Porto Exterior.
Governador de Macau Almeida e Costa e Carlos Assumpção: um relacionamento conflituoso que ficará nos anais da Assembleia Legislativa de Macau (texto e imagem da Revista Macau)
Assumpção, em Pequim, na cerimónia da Declaração Conjunta: o falecido presidente da Assembleia Legislativa defendia, já em 1976, a normalização de relações com a China (texto e imagem da Revista Macau).
Álvaro Augusto Xavier da Luz (na foto: o 3º da direita), pai do autor deste blog, era secretário de Carlos Assumpção no cartório de advocacia na Rua Central. Na foto um convívio com pessoas ligadas ao serviço cartorial, sendo que o 2º da direita, é o meu tio, Edmundo Dias, que trabalhava no cartório como testemunha.
Foto de casamento da irmã do autor deste blog, Natércia da Luz com João Bosco da Silva, tendo Carlos Assumpção como seu padrinho. Os pais do autor estão logo atrás do advogado: Maria Marcelina da Luz e Álvaro Xavier da Luz. João Bosco tem a mãe a seu lado: Júlia Silva.
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
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Lembro-me perfeitamente do teu pai Álvaro, já que ele por força da sua profissão, tinha contatos frequentes comigo. Na foto do grupo de trabalho de Carlos Assumpção, reconheci também a mãe dele, Fannie Assam, seu padrasto Alberto Magalhães, /e à direita deste Sílvio Silvano Siqueira/, o Edmundo Dias, o Ao Ian, /ambos atrás do teu pai Álvaro/ e a Amah/cozinheira de muitos anos, cujo nome já não recordo. A foto deve ter a data de c.1959/1960.
Obrigado Giga, estava precisando da identificação das pessoas. Julgo que seja da época. O Ao Ian era nosso vizinho na Calçada do Tronco Velho. Gente boa, ajudou-nos no 1,2,3.