Você sabia que a bandeira portuguesa só foi hasteada em definitivo na Ilha da Taipa em 1847, e a Ilha de Coloane foi ocupada militarmente pelos portugueses apenas em 1864? Como referência, os chineses cederam a península de Macau aos portugueses em 1557. Julgo que muitos talvez desconheçam esses detalhes.
Sobre isso, veja o que diz o texto inserido no artigo “Fortalezas Extramuros, Baluartes e Fortins” de autoria de Beatriz Basto da Silva e publicado na Revista Macau em Janeiro de 1999:
SENTINELAS NAS ILHAS
Texto de autoria de Beatriz Basto da Silva do artigo “Fortalezas Extramuros, Baluartes e Fortins” – Revista Macau Janeiro de 1999
Forte da Taipa
O Forte da Ilha da Taipa (por um tempo residência de Verão do Governador) ainda hoje é identificado com fins de segurança já que, apesar de muito remodelado, ali se encontram instaladas Forças Policiais. Foi mandado edificar pelo Governador Ferreira do Amaral em 1847, quando se ocupou aquela Ilha. Os trabalhos de execução estiveram à responsabilidade do Ten. Pedro José da Silva Loureiro e o Governador mostrou-se satisfeito com a construção a que se referiu como Casa Forte da Taipa, e que guardava o canal entre esta Ilha e a de D. João, a ela oposta.
Mas os mandarins do Sul, logo que se iniciou a obra, mostraram-se avessos e disso deram parte ao Vice-Rei de Cantão.
Ferreira do Amaral esclareceu por ofício que se tratava de libertar a Ilha dos piratas que ali se açoitavam, afugentando o comércio de Macau, o que prejudicava portugueses e chineses.
O Vice-Rei não se deu por convencido e pediu a suspensão imediata da obra, mas Amaral acabou por convencê-lo, alegando não poder prescindir dos meios de defesa necessários à paz, à economia e bem-estar de Macau, tanto mais que estava a corresponder ao pedido expresso pelos habitantes da Ilha para que a ocupássemos militarmente.
Foi assim que em Setembro de 1847 a bandeira portuguesa foi arvorada pela primeira vez naquele Forte e Ilha.
O porto da Taipa passou a dispor de convidativa segurança para os navios estrangeiros que nos procuravam, tanto mais que o Forte, elevado a ocidente, face ao mar, era coadjuvado por uma embarcação da sua guarda que fazia a ronda durante a noite.
Junto a um dos muros existe um recinto e um monumento em memória das 188 vítimas da explosão da Fragata D. Maria, em 1848, quando se encontrava fundeada naquele ancoradouro.
O que era o Forte da Ilha da Taipa, em 1999, após os ateros ficando o mar a longa distância do local.
Bateria de Coloane
A Ilha de Coloane foi ocupada militarmente em 1864. Assim o ordenou o Governador José Rodrigues Coelho do Amaral, conformando-se com o pedido de protecção solicitado às autoridades portuguesas pelos habitantes daquela Ilha, tal como tinham também solicitado os da Taipa.
Mas a sua bateria defensiva, construída perto do Templo Chinês, em frente da Ilha da Montanha, data apenas de 1884. Dispunha de uma só peça, um canhão de 32c. assente num rodízio, e destinava-se a proteger as pequenas povoaçoes vizinhas da pirataria que, escorraçada da Taipa, se tinha infiltrado naquela costa, cheia de esconderijos favoráveis às suas pilhagens.
A mais famosa utilização desta peça — e do reduto defensivo — coube paradoxalmente a um bando de piratas que se assenhoreou daquela posição e dali combateu as forças militares portuguesas.
A muito custo, mas enfim, os agentes da ordem acabaram por reduzi-los, depois de uma luta cerrada, em Julho de 1910. Libertaram-se ainda das suas mãos os indivíduos, adultos e crianças que tinham sequestrado para efeitos de posterior resgate.
Mas a presença dos piratas ficou para sempre a marcar a História desta Ilha, onde alguns pormenores toponímicos, como a Azinhaga dos Piratas e a Travessa dos Ladrões, documentam a sua passagem!
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
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