O interessante livro que conta a história das fortificações de Macau, na introdução escrita pelo seu autor – Jorge Graça – traz um triste panorama da perda de parte do acervo histórico do território, mas mesmo assim, com a ajuda das pessoas nomeadas, ainda se conseguiu editar este belo trabalho.
A 1ª edição, em inglês, foi publicada em 1969, e a 2ª, em 1984. A versão em língua portuguesa teve a sua 1ª edição, provavelmente, publicada em 1985, pois não consta referência a respeito, e contou com o apoio do Instituto Cultural de Macau. Foi revista pelo autor, sendo acrescentadas 81 estampas diversas, compiladas por Carlos Marreiros, autor da ilustração acima exposta.
INTRODUÇÃO À PRIMEIRA EDIÇÃO
texto de Jorge Graça
A investigação acerca das fortalezas de Macau é um estudo fascinante, pois elas foram edificadas num dos mais significativos períodos da História da Humanidade, o período em que o Ocidente travou conhecimento directo com o Oriente e os laços desde então estabelecidos, tanto para melhor como para pior, nunca foram cortados.
Os caminhos abertos pelos descobridores e navegadores portugueses têm sido trilhados pelos restantes países ocidentais, mas, durante séculos, o único contacto directo com os mais importantes e fabulosos países do Oriente, a China e o Japão, foi a Cidade do Nome de Deus na China, Macau. A importância e consequências da influência recíproca e das ideias resultantes do contacto destas duas culturas diferentes, que ali se permutavam em todos os campos da actividade humana, transcederam a exiguidade do seu território e aquele a ser mais rapidamente afectado foi o da ciência militar tanto de ataque como de defesa.
Macau, devido à sua situação e relações privilegiadas, tinha que resistir à esmagadora pressão do torno formada, do lado do Continente Chinês, pela reacção natural e inerente à xenofobia chinesa e pela resistência a mudanças da sua estrutura social e cultural estabelecida e, do lado do mar, pela ganância e inveja dos países ocidentais. Para resistir a estas forças poderosas Macau tinha que criar, à sua volta, uma dura concha capaz de absorver essas pressões sem se quebrar. Isto foi conseguido pela edificação de uma barreira de fortificações ligadas por fortes muralhas e protegidas por uma das melhores artilharias da época, servindo de escudo a toda a cidade.
A construção destas fortificações foi realizada quase em segredo, na esperança de que, quando o lento processo de informar Pequim chegasse à Corte Imperial, as autoridades chinesas estivessem perante um «fait accompli»*. As transformações sofridas por estas fortificações durante a sua longa e colorida existência dificulta muito o seu estudo. A negligência das autoridades na sua conservação, a ausência de registos ou planos, a destruição que a maior parte delas sofreu, juntamente com as convulsões políticas, tufões e incêndios que destruíram todo o material e documentos coevos, a acção das térmitas e as pobres condições em que são conservados os documentos remanescentes, tornaram a investigação sobre o assunto muito difícil e, por vezes, frustrante.
Ainda recentemente, em 1966, o Instituto Salesianos destruiu pelo fogo grande parte da sua biblioteca, juntamente com gravuras e estampas antigas. Parte da biblioteca do Seminário de S.José foi queimada pelo seu bibliotecário e, devido a dificuldades económicas, os restantes livros estão a ser rapidamente destruídos por peixe-prata e vermes. A Secção de Engenharia do Quartel-General Militar não possui quaisquer documentos ou planos de trabalhos militares anteriores a 1965. Nenhuns documentos ou planos existem no Repartição das Obras Públicas, pois a edificação das fortificações, manutenção e guarda de todos os trabalhos de carácter militar eram da responsabilidade do Comando Militar.
Durante os motins de 1966 muitas famílias locais venderam e deitaram fora livros de valor inestimável, estampas e fotografias antigas.
Contudo, neste deserto de destruição e negligência, há ainda oásis de responsabilidade e abnegação.
O Rev. Padre Videira Pires, o sr. Luiz G. Gomes, o sr. Rosa do Departamento das Obras Públicas têm gasto muito do seu valioso tempo e dinheiro tentando registar e interpretar o material disponível antes que seja demasiado tarde, e fico-lhes grato pela amável assistência e ajuda desinteressada.
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
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