Visitar Tiradentes é como fazer uma viagem ao passado, ao século XVIII. Esta cidade histórica de Minas Gerais que fica a cerca de 480 km de São Paulo por rodovia, está bem preservada com seus casarios antigos restaurados de uma forma geral. Dá a impressão que está do jeito como era desde que foi fundada naquele século.
A cidade histórica foi a última que visitamos no nosso roteiro do tour contratado em Ouro Preto, onde visitamos Gongonhas do Campo, São João Del Rey e finalmente Tiradentes, onde permanecemos por três horas e almoçamos. Isto foi em agosto de 2012. A antiga Estrada Real, apesar de pista única, foi totalmente restaurada nos trechos que percorremos com pista em boas condições.
Veja a história de Tiradentes com fotos que tirei com gosto, pois são do tipo de paisagens e tema que aprecio bem. Até imagino que lá pernoitando por um ou dois dias, teria feito mais fotos e de outros lugares que não tivemos tempo para visitar.
Fotografa de/photos by Rogério P.D. Luz – clicar nas fotos menores para ampliar
TIRADENTES – MINAS GERAIS
Texto de autoria de Cristina Ávila, extraído do site http://www.cidadeshistoricas.art.br/
A cidade de Tiradentes originou-se do pequeno arraial da Ponta do Morro, formado em inícios do século XVIII. Desde os últimos anos do século XVII, o paulista Tomé Portes del-Rei explorava o direito de passagem às margens do Rio das Mortes, num ponto conhecido como Porto Real da Passagem. Em 1702 João de Siqueira Ponte chega à região e, em companhia de Tomé Portes, descobre ouro nos córregos da redondeza. O local, denominado Ponta do Morro, logo se transforma em arraial com o afluxo crescente de garimpeiros. Pouco tempo depois, passa a se chamar Arraial da Ponta do Morro de Santo Antônio, em louvor ao santo de devoção dos moradores que aí se reuniram e ergueram uma capela.
Graças à abundância do ouro encontrado, o arraial desenvolve-se rapidamente, sendo elevado à categoria de vila em 1718, quando recebe a denominação de São José del-Rei. Nas primeiras décadas do século XVIII, foi construída a maior parte de seu casario e de suas edificações religiosas, como a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, em 1708, e a Matriz de Santo Antônio, em 1710. Ao redor das igrejas e capelas, localizadas em pontos elevados da cidade, as casas foram se firmando numa configuração que permanece até hoje.
A decadência da mineração, que já se manifestava em toda a Capitania das Minas Gerais desde 1750, só viria a ter reflexos no crescimento da Vila de São José no início do século XIX, quando as minas de ouro se esgotam. Apesar da escassez do metal, a Coroa Portuguesa lança a derrama, exigindo o pagamento compulsório de impostos atrasados do quinto do ouro, que em 1788 somavam mais de oito mil quilos.
A atitude opressora da metrópole faz surgir o espírito revolucionário entre as camadas mais abastadas, reunindo militares, comerciantes e intelectuais no movimento mais tarde conhecido como Inconfidência Mineira. Em 1789, a denúncia do coronel Joaquim Silvério dos Reis coloca São José del-Rei entre as vilas mineiras envolvidas na conspiração. Entre os integrantes está o padre Carlos Correa de Toledo e Mello, vigário da então Freguesia de Santo Antônio, considerado um dos maiores propagadores do movimento.
No século XIX, os moradores da Vila de São José voltam-se para a agricultura e a pecuária, vendendo carne de porco, boi e carneiro para algumas localidades de Minas e, também, para o Rio de Janeiro. Em 1831a participação da mão-de-obra feminina na economia local é expressiva, especialmente no ramo da fiação e tecelagem. Em 1864 a localidade chega a possuir cerca de 70 teares, conta com 108 fiadeiras e tecedeiras, além de 44 costureiras, e a produção atinge cerca de 30.000 varas de pano. No entanto, a atividade não chega a alcançar proporções industriais.
Sem grandes alternativas econômicas, São José del-Rei, elevada à categoria de cidade em 1860, pouco se modifica. Sua integridade patrimonial e paisagística assegura-lhe um dos perfis coloniais mais autênticos de Minas Gerais e do Brasil.
Em 1889 recebe nova denominação, passando a se chamar Tiradentes, em homenagem ao herói da Inconfidência Mineira, Joaquim José da Silva Xavier. Dessa época em diante, a cidade experimenta certo ritmo de expansão comercial com a implementação do ramal ferroviário da Estrada de Ferro Oeste-Minas e, mais tarde, do sistema rodoviário.
Hoje, uma das importantes fontes de renda da cidade é o turismo, mantido graças ao grande interesse por seu conjunto arquitetônico colonial, quase inalterado. A cidade foi tombada como Patrimônio Histórico Nacional em 1938 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan, resguardando-se não só seu conjunto arquitetônico como também áreas de seu entorno paisagístico, especialmente a imponente Serra de São José com agradáveis cachoeiras e vegetação remanescente da Mata Atlântica.
Foto acima: Chafariz de São José – Um dos mais belos exemplares do período colonial, o Chafariz de São José foi construído pela Câmara Municipal em 1749 para abastecer a cidade de água potável. Apresenta elementos tipicamente barrocos: pilastras, coruchéus, volutas e cruz. Possuem três carrancas esculpidas em pedra, que jorram água em um tanque único, um pequeno nicho com a imagem de São José de Botas e um brasão com as armas de Portugal. Atende ainda hoje à população, trazendo água puríssima da Serra de São José em antigo aqueduto de pedra.(site oficial da cidade)
Fotos acima e abaixo: Igreja Matriz de Santo Antônio é um dos mais belos templos barrocos de Minas Gerais. Sua fachada foi modificada em 1810 a partir de um risco encomendado a Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho.
Pequenas capelas conhecidas como passos da Paixão de Cristo foram erguidas na cidade a partir de 1729, seguindo modelo do Rio de Janeiro. Somam seis ao todo, já que a sétima era armada na entrada da Matriz de Santo Antônio. Apresentam pequenas diferenças estéticas
O interessante relógio de sol, colocado no adro da igreja Matriz de Santo Antônio em 1785, tornou-se símbolo da cidade. É reproduzido em delicado trabalho de pedra-sabão pelos artesãos locais.
Construída a partir de 1760, a Capela de São João Evangelista abriga as irmandades do santo padroeiro, de São Francisco de Assis e de Nossa Senhora das Dores. A larga fachada é uma característica local. A ausência de torres faz com que a sineira seja alojada em uma das janelas laterais e o telhado se prolongue, enfatizando a horizontalidade do partido arquitetônico. Internamente, o arco cruzeiro e os altares laterais apresentam talha rococó de boa qualidade. Na capela-mor está sepultado Manoel Dias de Oliveira, um dos mais expressivos compositores da época.
Foto abaixo: esquerda – o autor do blog e a Mia / direita – com o companheiro do tour Francisco Alencar e o guia Luíz Oréia.
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
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BOM DIA !
Como fazer para levar meus alunos de escola pública?
Olá Ana, visitei Tiradentes como turista, assim não teria essa informação. Talvez se você consultasse a Prefeitura. Abraço