“Nós somos a Casa de Macau de São Paulo” – Parte dos participantes da festa reuniu-se para uma fotografia coletiva para a posteridade.
Há 26 anos atrás fundava-se a Casa de Macau de São Paulo, ou na papelada – “Associação da Casa de Macau” ou ACM, num almoço que reuniu mais de uma centena de macaenses de São Paulo e do Rio de Janeiro, num restaurante chinês, como não podia deixar de ser, no bairro de Moema, na zona sul da cidade de São Paulo.
O aniversário propriamente dito ocorre no dia 31 de Julho, porém foi antecipada a comemoração para 28 de Junho passado, com intuito da celebração conjunta com o Dia de Macau, data histórica e representativa dos macaenses, a de 24 de Junho. Nos tempos da administração portuguesa de Macau era feriado, um dia municipal comemorado no território, e que foi preservada pela associação de São Paulo mesmo após a transição de soberania de Macau em 1999.
(Fotografia de/photos by Rogério P.D. Luz – clicar nas fotos menores para ampliar)
A festa contou com a participação de cerca de 130 associados e amigos que puderam degustar o tradicional prato macaense ‘tacho (chau chau pele)’, maminha na cerveja preta, paleta assada e saladas variadas.
O presidente Frederico António abriu a festa com discurso discorrendo sobre as atividades da CMSP como a última viagem de sucesso por Gramado e Serra Gaúcha. Lamentou também que, apesar de esforços, não conseguiu convencer nenhum jovem da comunidade macaense local a participar do Encontro de Jovens realizado em Macau, em 2015. Comprometimentos com o trabalho e com o período escolar no mês de junho, véspera das férias escolares de julho, acabaram prejudicando a viagem de possíveis pretendentes.
O coral Vozes de Macau apresentou-se homenageando o seu patrono falecido, Herculando Alexandre Airosa (Alou). Conforme a sua coordenadora, Judite Manhão Branco, uma das canções que Alou mais gostava era Verde Vinho, e foi cantada com emoção por seus integrantes.
Na falta de uma peça teatral em patuá de Macau, cujo dialeto é presença obrigatória nestas comemorações, foi feita a leitura em forma de jogral do poema “Macau, Beleza di Passado” do poeta macaense, José dos Santos Ferreira “Adé”. Participaram desta apresentação (foto abaixo), que foi uma boa ideia, o Pedro Almeida, Mariazinha Carvalho, Francisco Madeira de Carvalho, Hercília Inácio e Yolanda Ramos.
Outra participação obrigatória também na comemoração do Dia de Macau, é a canção, consderado hino dos macaenses, “Macau (terra minha)” de autoria do Rigoberto Rosário Jr e gravada em Macau nos anos 70 pelos The Thunders, no entanto o seu autor não pode comparecer à festa e a solução foi um jovem macaense nascido no Brasil. Brian Coatswith Alexandre (foto abaixo), com o seu violão, subiu ao palco e cantou muito bem a canção, um claro exemplo que é possível dar seguimento à cultura pelos jovens, com a conscientização da sua importante participação nas atividades da associação.
Os destaques gastronômicos da festa foram o tacho com o imprescindível balichão e o bagi (foto mais abaixo da esquerda) em duas versões, o normal e o light, além do bolo mármore da tradicional receita macaense:
Na agenda musical, o Charlie Santos (ou Carlos Silva Santos/Canicha) dispensou a sua banda e apresentou-se com o seu inseparável guitarrista Daniel Maia, finalizando a apresentação a cantar a sua popular composição “Casa de Macau” atendendo a pedidos do público:
O Tozé, António de Senna Fernandes, não esconde a sua paixão: cantar … cantar … cantar! E subiu ao palco com a sua guitarra:
Podia-se até dizer, a novidade do dia, foi a apresentação solo da Grace do Rosário (esposa do saudoso macaense Ricky do Rosário) com acompanhamento musical gravado. Com graciosidade e voz melodiosa, cantou com gestos tal como uma autêntica chinesa que o é:
O Pedro Almeida (Peu), que veio especialmente do Rio de Janeiro para a festa, com muito estilo (pá!), de camisa, calça e sapatos vermelhos, casaco e echarpe preto (foto abaixo), nunca perde uma oportunidade para expressar suas ideias, e logo após a apresentação de jogral que participou, discorreu sobre o tema que preza muito “Os Jovens – a Outra Face da Moeda” que diz respeito a comunidades macaenses:
Ah, o bolo de aniversário, este não pode faltar e o público em torno dele cantou ‘parabéns a você’ à Casa de Macau de São Paulo:
E para encerrar a festa, foi servido chá de tarde com canja e iau cháu kwai e macarrão chinês com carne de porco desfiado, cogumelo e verdura (iôc si min). Depois, parte do público remanescente reuniu-se no palco para uma foto coletiva para a posteridade. Um registro importante para lembrar a data, num ano em que a comunidade macaense local perdeu vários membros que partiram para o descanso eterno.
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
Páginas digitalizadas do Anuário de Macau, Ano de 1962, o que aparentemente foi o último da série, ficamos aqui a conhecer quem eram as pessoas que ocuparam cargos no – Governo da Província e Repartições Públicas. Mesmo passados mais de 60 anos, agora que estamos na década com início em 2020, muitos nomes ainda estão […]
Hoje, 24 de Junho de 2022, comemora-se 400 anos de “A Maior Derrota dos Holandeses no Oriente” na sua tentativa de tomar Macau dos portugueses. Até a transição de soberania de Macau, de Portugal para a República Popular da China, em 20 de Dezembro de 1999, a data era comemorada como “DIA DE MACAU” ou “DIA DA […]
1 Aqueles bons tempos de Macau, que já não voltam mais, de peças teatrais com participação de macaenses, são recordadas por Jorge Eduardo (Giga) Robarts na sua página no Facebook. Com autorização do Giga, as imagens foram copiadas e editadas, inclusive seus textos. Fazem parte do seu acervo, bem como, partilhadas por seus amigos dessa […]
Pingback: 2015: São Paulo comemora o Dia de Macau e 26 Anos da Casa de Macau – Comunidade Macaense no Brasil
Sou macaense com mto orgulho,apesar de morar longe a 450km de S.Paulo,não queria deixar esta chance de parabenizar a nossa casa de Mcau de S.Paulo,por mais um aniversario.Qdo morava em S.Paulo estive lá uma vez e ahei fabulosa.Parabens a todos que perservam o nome da nossa querida Macau.
Caro Juni, uma satisfação o seu comentário, obrigado! Um grande abraço da comunidade macaense de São Paulo.