Considerada uma das mais tradicionais festas italianas de São Paulo, realizou-se em agosto passado, a 89ª edição da Festa de Nossa Senhora Achiropita que ocorreu no bairro de Bela Vista, na região mais conhecida como Bixiga.
A festa com 30 barracas a servir pratos típicos da gastronomia italiana somente é realizada nos finais de semana de agosto, nas ruas Doutor Luiz Barreto, São Vicente e Treze de Maio, esta última onde está localizada a Igreja de Nossa Senhora Achiropita. Estima-se um público de mais de 250 mil pessoas durante todo o mês, consumindo toneladas de alimentos confeccionados e servidos por cerca de 950 voluntários, sendo que a receita é toda revertida para obras assistenciais da paróquia. Várias empresas patrocinam o evento.
Um dos destaques da festa é a fogazza que segundo os organizadores, cerca de 12 mil unidades são consumidas pelo bom público em cada noite. Além desta delícia de generoso tamanho, quase uma refeição, o público pode experimentar spaghetti, pizza, fricazza (ou ficazza), polenta,, pão com pernil, churrasco, doces entre outros, porém enfrentando umas pacienciosas filas, pois as pessoas vão lá mesmo para degustar. Há também uma cantina em recinto fechado com pagamento de ingresso de variado valor conforme a degustação, com direito a assistir também a shows e danças italianas.
A festividade é comemorada todos os anos desde 1926, originalmente por imigrantes italianos da região de Calábria, na Itália, e é uma homenagem à padroeira do bairro, Nossa Senhora Achiropita. Conheça a história da Santa na próxima postagem.
(Fotografia de/photos by Rogério P.D. Luz)
A Rua 13 de Maio antes da festa começar. Fica na região conhecida popularmente por Bixiga e está localizada no distrito de Bela Vista.
Bixiga (Wikipédia) O primeiro registro de ocupação da área é de 1559, como Sítio do Capão, de propriedade do português Antônio Pinto, e mais tarde passou a chamar-se Chácara das Jabuticabeiras, por causa do alto número de árvores dessa espécie. Nos anos 1820 um homem conhecido como Antônio Bexiga, por causa de suas cicatrizes de varíola (popularmente conhecida como “bexiga”), comprou as terras, o que é a explicação para o nome do bairro.
Por volta de 1870 Antônio José Leite Braga decidiu lotear parte de sua “Chácara do Bexiga”. O loteamento já estava anunciado em 23 de junho de 1878 e foi inaugurado em 1 de outubro do mesmo ano, com a presença do imperador Pedro II, lançando a pedra fundamental de um hospital que, no entanto, jamais foi construído. Lotes pequenos e baratos interessaram aos imigrantes italianos, pobres e recém-chegados ao Brasil, a maior parte deles vindos da Calábria, que não se interessavam por dirigir-se aos cafezais do interior do estado.
Com o intuito de afastar o sentido pejorativo do apelido dado ao bairro, seus moradores passaram a mudar a grafia de Bexiga para Bixiga. Outra explicação para a grafia seria uma adaptação ao jeito coloquial de se falar.
Fogazza
Longa fila se formava antes do início da festa na banca de fogazza e perdurava a noite toda, sendo a mais concorrida de todas.
(Wikipédia) A Fogazza é uma espécie de pastel, feito a base de farinha de trigo, recheado com queijo, variados tipos de carne e condimentos, em geral frito em óleo, mas pode ser assado também. É parecida em muitos aspectos a um pequeno calzone.
Muitas pessoas confundem a fogazza com a focaccia, que é assada ao forno, tem variados tipos de cobertura, embora na Itália, em algumas regiões, são denominações sinônimas, no Brasil são receitas bastante distintas. Provavelmente a fogazza é uma variação brasileira.
Há, também, outros termos relacionados, como ficazza (espécie de pizza de massa alta à base de batata) ou ficazella (pastel frito), utilizados principalmente pelos descendentes de italianos residentes na cidade de São Paulo.
Abaixo, a Igreja de Nossa Senhora de Achiropita e a imagem da Santa. Enquanto ocorria a festa na rua, na igreja se rezava a missa de domingo totalmente lotada de fiéis. Veja na postagem seguinte a sua história.
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
Hoje, 24 de Junho de 2022, comemora-se 400 anos de “A Maior Derrota dos Holandeses no Oriente” na sua tentativa de tomar Macau dos portugueses. Até a transição de soberania de Macau, de Portugal para a República Popular da China, em 20 de Dezembro de 1999, a data era comemorada como “DIA DE MACAU” ou “DIA DA […]
1 Aqueles bons tempos de Macau, que já não voltam mais, de peças teatrais com participação de macaenses, são recordadas por Jorge Eduardo (Giga) Robarts na sua página no Facebook. Com autorização do Giga, as imagens foram copiadas e editadas, inclusive seus textos. Fazem parte do seu acervo, bem como, partilhadas por seus amigos dessa […]
Nesta postagem, divulgamos duas histórias de Macau de autoria do Manuel V. Basílio, publicadas no Jornal Tribuna de Macau-JTM e que foram extraídas dos seus livros: A primeira viagem portuguesa no sul da China O primeiro acordo sino-português Nos artigos abaixo com os textos com ligação direta no JTM , clique em “continue reading” (continue […]
Pingback: Igreja Nossa Senhora Achiropita, no bairro do Bixiga em São Paulo | Crônicas Macaenses