Promovido pela sua associação, os antigos alunos do Seminário de São José (Macau) fizeram uma excursão à ilha de Sanchoão, na China, local onde São Francisco Xavier faleceu em 1552. Foi uma boa iniciativa da associação pelo significado histórico, pois, além do atrativo da capela erguida para o Santo, os navegadores portugueses lá se estabeleceram antes de transferirem a base para Macau em 1557.
A publicação da excursão foi feita por M.V. Basílio na página da Associação dos Antigos Alunos do Seminário de São José no Facebook, com detalhes do passeio e várias fotografias utilizadas nesta postagem. Basílio ainda explica que “a capela em Sanchoão foi em tempos restaurada com donativos da Diocese de Macau”.
Texto, legendas e fotografias publicadas por M.V. Basílio
“Nos dias 7 e 8 de Novembro, realizou-se um passeio, organizado pela Associação dos Antigos Alunos do Seminário de S. José (Macau), à ilha de Sanchoão, com pernoita em Hoi Peng (Kaiping), onde no dia seguinte fomos visitar as famosas casas-fortes, designadas por Diaolou, cuja função era servir como habitação e como estrutura defensiva contra ataques de malfeitores, que pilhavam sobretudo os mais abastados emigrantes que retornavam à sua terra natal ao fim de uma vida de trabalho no estrangeiro, designadamente no continente americano.
Nessa manhã do dia 7, um total de 33 participantes, incluindo familiares e amigos de antigos alunos do Seminário de S. José, concentraram-se no posto fronteiriço da Porta do Cerco (Macau), pelas 08H00 da manhã, e após cumpridas as habituais formalidades, partimos de autocarro para o porto de Shan Zui (China), onde deveríamos embarcar com destino a Sanchoão. Devido a uma falha de coordenação por parte da agência de viagens, não nos foi possivel seguir de imediato para aquela ilha, tendo assim reduzido em uma hora a nossa prevista permanência na ilha. Assim, só às 14H00, já depois do almoço, é que chegámos ao porto de Sanzhou, da ilha de Sanchoão, e daí fomos de autocarro até ao local onde foi sepultado S. Francisco Xavier, quando faleceu, e onde, mais tarde, em 1869, foi construída a actual capela.
Com o aviso NO PHOTO postado logo à entrada da capela, as primeiras fotos foram tiradas à socapa. Mas com o tempo de permanência na capela e durante as orações foi-nos possível tirar mais fotos, algumas das quais estão a seguir publicadas”.
Fotos abaixo – Vista da zona marginal do porto de Sanzhou, em Sanchoão:
A ilha de Sanchoão faz parte do arquipélago de Chuanshan (川山群島), que é constituído por duas ilhas e vários ilhéus. As duas maiores ilhas são: Shangchuan (上川) e Xiachuan (下川). Shang (上), quer dizer a de cima, e Xia (下), a de baixo.
Visita à capela de São Francisco Xavier na ilha de Sanchoão
(M.V.Basílio): “Depois da ida a Sanchoão, fomos no dia seguinte visitar uma das aldeias de Kaiping – a aldeia de Zili. Kaiping (ou Hoi Peng, em cantonense) tem sido tradicionalmente uma região de grande emigração no exterior e, consequentemente, emigrantes chineses que conseguiram mudar de vida e fazer alguma fortuna em terras estrangeiras, designadamente na Austrália e na América, retornaram à sua terra natal com novas ideias e tendências, assimiladas no exterior, e mandaram construir, sobretudo em finais do século XIX e princípios do século XX, as tão características edificações, conhecidas por “Kaiping diaolou” (開平碉樓), cuja função era servir como habitação e como estrutura defensiva contra ataques de malfeitores. Em 2007, a UNESCO inscreveu o Kaiping Diaolou e Aldeias como Património Mundial, por incorporar uma fusão complexa e extravagante de formas estruturais e decorativas chinesas e ocidentais”.
(M.V. Basílio): “Das centenas de fotos que fiz aquando do passeio a Sanchoão e Kaiping, consegui captar, na visita a Chikam (赤坎), várias fotos de uma simpática velhinha, a vender “mak ngá tóng” (doce de malte), um doce que tanto comi e saboreei nos tempos da minha juventude, e que repentinamente me trouxe gratas recordações. Como não podia deixar de ser, voltei a provar esse delicioso doce, que a velhinha vendia por 1 RMB, quando nos tempos da minha juventude até se podia comprar ao vendilhão de “mak ngá tóng”, não em dinheiro, mas trocando-o com umas latas que tinhamos em casa. (foto abaixo):
(Wikipédia): Sanchoão ou Sanchuão ou ainda São João (em pinyin: Shàngchuāndǎo; Sancian ou Chang-Chuang) é uma ilha situada no sul da Província de Guangdong, na China(longitude leste 112º47′; latitude norte 21º 39′). Com área total de 137 km2, é a maior ilha da província. Tem uma extensão de costa de 139,87 km e praias de 30 km de comprimento. A população é de 16.320 habitantes.
A ilha de Sanchoão é conhecida como o local da morte de São Francisco Xavier. No século XVI, foi uma das primeiras bases insulares estabelecidas pelos portugueses na China. O local foi abandonado após a ocupação de Macau, em 1557.
O missionário jesuíta navarro Francisco Xavier, adoeceu a caminho de Guangzhou (Cantão) e veio a falecer em Sanchoão, a 2 de dezembro de 1552, antes de alcançar o continente. Há um parque em memória do santo – o primeiro missionário católico no Extremo Oriente. Dentro do parque há uma igreja a ele dedicada, além de um cenotáfio e uma estátua. É local de peregrinação de católicos.
São Francisco Xavier
(Wikipédia): São Francisco Xavier, nascido Francisco de Jasso Azpilicueta Atondo y Aznáres, (Xavier, 7 de abril de 1506 —Sanchoão, 3 de dezembro de 1552) foi um missionário católico do padroado português e apóstolo navarro. Pioneiro e cofundador da Companhia de Jesus. A Igreja Católica Romana considera que tenha convertido mais pessoas ao Cristianismodo que qualquer outro missionário desde São Paulo, merecendo o epíteto de “Apóstolo do Oriente”. Ele exerceu a sua actividade missionária no Oriente, especialmente na Índia Portuguesa e no Japão. É o padroeiro dos missionários, da Diocese de Registro (SP), também um dos padroeiros da Diocese de Macau e e co-patrono de Navarra juntamente com São Firmino de Amiens.
Foi beatificado, com o nome Francisco de Xavier pelo Papa Paulo V a 25 de outubro de 1619 e canonizado pelo Papa Gregório XV, a 12 de março de 1622, em simultâneo com Inácio de Loyola. Em 14 de dezembro de 1927 o Papa Pio XI proclamou Francisco Xavier, juntamente com Santa Teresinha do Menino Jesus, padroeiro universal das missões. O seu dia festivo é 3 de dezembro.
Morte: São Francisco Xavier morre a 3 de dezembro de 1552, numa humilde esteira de vimes, abraçado ao crucifixo que o velho amigo Inácio de Loyola, um dia, lhe tinha oferecido.
Foi primeiramente sepultado em Sanchoão, mas, em fevereiro de 1553, os seus restos mortais, encontrados incorruptos, foram transportados da ilha e, temporariamente, sepultados na Igreja de São Paulo em Malaca. Uma campa aberta na igreja mostra ainda hoje o lugar onde São Francisco Xavier esteve sepultado. Depois de 15 de abril de 1553, Diogo Pereira vem de Goa, remove o corpo de Xavier e, a 11 de dezembro desse ano, o corpo de Xavier é levado para Goa. O seu corpo está hoje na Basílica do Bom Jesus de Goa, onde foi colocado numa caixa de vidro e prata, a 2 de dezembro de 1637, e se tornou lugar de peregrinação.
Um osso do úmero direito de Xavier foi levado para Macau, onde é mantido num relicário de prata. Esta relíquia destinava-se ao Japão, mas a perseguição religiosa na região levou a que fosse mantida na Igreja da Madre de Deus em Macau, cujas ruínas são actualmente conhecidas como Ruínas de São Paulo. Hoje em dia, é na Igreja de São José, em Macau, que está depositada essa relíquia sagrada de São Francisco Xavier.
Muitas igrejas foram desde então erguidas em honra de Xavier, muitas delas fundadas por jesuítas. Um parente seu, João de Azpilcueta Navarro, foi um famoso missionário jesuíta no Brasil. São Francisco Xavier figura no Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa.
Os restos mortais de São Francisco Xavier exposto em Goa em 2014. Foi a décima sétima vez que o corpo do Santo é exibido. (Punit Paranjpe/AFP)
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
Hoje, 24 de Junho de 2022, comemora-se 400 anos de “A Maior Derrota dos Holandeses no Oriente” na sua tentativa de tomar Macau dos portugueses. Até a transição de soberania de Macau, de Portugal para a República Popular da China, em 20 de Dezembro de 1999, a data era comemorada como “DIA DE MACAU” ou “DIA DA […]
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