Mais um ano se passou e novamente no fim da semana passada, 13 e 14 de fevereiro de 2016, realizou-se em Macau, antigo território português na China devolvido em 1999, a tradicional procissão de Nosso Senhor dos Passos. Se fosse noutro país seria uma normalidade e tradição religiosa, mas para um território que há quinze anos vive sob a administração chinesa após mais de 400 anos governada pelos portugueses, há que se exaltar o respeito por esta tradição e ainda mais com a participação da gloriosa banda da PSP-Polícia da Segurança Pública, que não precisa dizer, tem o controle do governo.
Reza a história que, nos tempos bem antigos de Macau, a imagem foi levada da Igreja Santo Agostinho para a Sé Catedral pelas autoridades religiosas, no entanto, ela, milagrosamente, retornou sózinha ao altar da igreja de origem, pelo que ainda hoje se realiza, anualmente, a Procissão do Nosso Senhor Bom Jesus dos Passos no primeiro domingo da Quaresma.
Assim, em respeito à história, no sábado, realiza-se no período noturno, a procissão da imagem da Igreja de Santo Agostinho para a Sé Catedral. No dia seguinte, domingo à tarde, a imagem de Nosso Senhor dos Passos retorna em procissão com duração de aproximadamente duas horas, a percorrer várias artérias da cidade com grande participação de fiéis e observada, com louvável respeito, pela população de maioria chinesa que pratica o budismo e o taoismo.
A missa e a procissão contou com a participação do novo bispo de Macau, nomeado pelo Vaticano, D. Stephen Lee Bun-sang, 60 anos, da prelatura da Opus Dei, que assumiu a função em 24 de janeiro, no aniversário da diocese que foi sede do Padroado Português no Extremo Oriente e que faz 440 anos de vida. É o terceiro bispo em cerca de década e meia de Macau, hoje parte integrante da China.
Importante salientar que as igrejas católicas de Macau, e de Hong Kong (antiga colônia inglesa) também, seguem a orientação do Vaticano, ao contrário do que acontece na China, em que, após a revolução, com o estabelecimento da República Popular da China em 1949, o Estado determinou que todo o culto católico só era legal quando era conduzido pelas igrejas pertencentes à Associação Patriótica Católica Chinesa, um organismo governamental fundada em 1957 e que não aceita a autoridade do Papa. Conforme ainda esclarece a Wikipédia, esta liberdade religiosa é defendida pelos seus textos constitucionais (Lei Básica de Macau e Lei Básica de Hong Kong) e por tratados internacionais (Declaração Conjunta Sino-Portuguesa sobre a Questão de Macau e Declaração conjunta sino-britânica sobre a questão de Hong Kong). Logo, as dioceses de Macau e de Hong Kong não são controladas pela Associação Patriótica. Para quem desconhece, Macau e Hong Kong são consideradas regiões administrativas especiais da China, conforme os acordos assinados com Portugal e Reino Unido para transição de soberania na década de 90.
(Fotografias de/photos by M.V. Basílio – Macau – clicar nas fotos para ampliar)
A PROCISSÃO DE SÁBADO, 13 DE FEVEREIRO, DA IGREJA DE SANTO AGOSTINHO PARA A SÉ CATEDRAL
PROCISSÃO DE RETORNO, NO DOMINGO, 14 DE FEVEREIRO, DA SÉ CATEDRAL PARA A IGREJA DE SANTO AGOSTINHO
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
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