Conheça a igreja do Santuário de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa, em Monte Sião, no estado de Minas Gerais, Brasil, a sua história e a origem da devoção. Visitei-a na excursão feita em abril de 2016 a Serra Negra, pela associação macaense da Casa de Macau de São Paulo.
SANTUÁRIO DE NOSSA SENHORA DA MEDALHA MILAGROSA DE MONTE DE SIÃO-MG
Texto do site oficial do Santuário – http://www.santuariodamedalha.org.br/
Fotografias de/photos by Rogério P. D. Luz
Em Monte Sião foi construída a primeira igreja dedicada a Medalha Milagrosa, 1849. Pesquisas realizadas em documentos arquivados na Cúria de São Paulo, Pouso Alegre, em arquivos paroquiais e particulares de Ouro Fino e Monte Sião, comprovam a afirmação desse pioneirismo religioso. De fato, no mesmo ano em que se deu o milagre da aparição da Virgem Santíssima a Catarina Labouré, cerca de 105 famílias católicas habitavam as terras de Monte Sião. Na época, o lugarejo ainda estava coberto por densa mata, sem padre, sem igreja e com precário meio de comunicação, porém, calcula-se por volta de 1838, quando o lugarejo era elevado a arraial do Jabuticabal, a devoção da Medalha Milagrosa já estava ali.
Resumo Histórico
No dia 18 de julho de 1830 Catarina Labourè é acordada por um anjo convidando-a para ir até a capela do convento pois a Virgem Maria a esperava. Na capela toda iluminada a Virgem Maria aparece e assenta-se em uma cadeira. Catarina ajoelha-se e coloca as mãos em seus joelhos e ouve a Mãe de Deus anunciar os acontecimentos que viria sobre o mundo e a França.
Nossa Senhora confia à vidente a missão de transmitir tudo ao seu confessor e pede ela se preparar para sofrer muito como sua mensageira.
No dia 27 de novembro do mesmo ano, Catarina tem outra visão da Mãe de Deus, que lhe pede para cunhar uma medalha igual a que lhe apresentava.
Na Medalha, Nossa Senhora está sobre o globo terrestre, esmagando com os pés a cabeça de uma serpente. As mãos estendidas projetam feixes de luz, símbolo das graças que quer derramar sobre seus filhos. Em torno da Virgem há a inscrição: Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós.
No verso da Medalha, está o monograma de Maria, em cima uma cruz, em baixo dois corações: o de Jesus cercado por espinhos, o de Maria transpassado por uma espada. Em torno uma coroa de 12 (doze) estrelas.
E a Mãe de Deus disse:
Quem usar com fé e devoção esta medalha, muitas graças Eu concederei.
Origem da Imagem
A imagem que ornamenta o centro do altar-mor do nosso Santuário é a mesma que por volta de 1860 veio de Portugal a pedido do Sr. João Pereira Batista Machado um fazendeiro português que aqui morava. Do porto do Rio de Janeiro até Monte Sião a imagem foi trazida em lombo de animais de tropa, dentro de Jacá de carga e envolta em palha seca de milho.
Pelo fato da imagem da possuir traços femininos e sensuais que delineiam seu busto, cintura, coxas, etc, no ano de 1937 o Sr. Bispo pediu ao pároco de Monte Sião que retirasse do altar a imagem de Nossa Senhora e a enviasse para uma capela da zona rural.
A ausência da Mãe foi muito sentida por seus filhos na paróquia. Entre os anos de 1937 e 1939 Monte Sião foi assolada por uma grande seca; chovia normalmente em todas as cidades da região, aqui não. O povo associava a falta de chuva, à ausência da imagem da Padroeira. Algumas pessoas foram interceder junto ao padre pedindo o retorno da imagem para o altar e, a poder de muito questionamento foi permitida a volta da imagem da Padroeira. Isto aconteceu no dia 5 de novembro de 1939, Era uma tarde ensolarada, quando a procissão composta pelo pároco, autoridades, banda de música e principalmente o povo, trazia o andor com a Imagem da Padroeira. Chegando na entrada da cidade começou a cair os primeiros pingos e em seguida uma grande chuva, fazendo com que a própria imagem e os seus fiéis devotos entrassem na Igreja todos molhados (DIA DO MILAGRE DA CHUVA). A partir deste dia as plantações prosperaram, as criações não morreram mais e o ciclo da chuva voltou ao normal.
Características
O Olhar: Maduro, adulto, não repressor mas de Mãe que assume a sua missão, de olhar por nós, indicando o caminho que é JESUS.
O Lírio: O lírio de seu vestido é o símbolo de São José, seu esposo. Sinal de pureza. Maria esposa fiel, um não ao adultério e separação.
Cinto e Sandália: Símbolo de quem está caminhando, sempre servindo, a procura dos filhos…
A Imagem que se encontra no altar-mor mede 1,10m por 0,60cm. É do início do século XIX, moldada em papel prensado com gesso (Cartão Pierre).
Origem do Santuário
Segundo pesquisas, a autorização do Bispado de São Paulo, para a edificação da capela de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa, deu-se pela Provisão datada de 29 de março de 1849 e o primeiro templo religioso localizava-se bem no centro da atual Praça “Prefeito Mário Zucato”. Sua respectiva bênção oficial ocorreu a 13 de abril de 1850, também por Provisão da Câmara Capitular de São Paulo, à qual eclesiasticamente pertencia a capela. Em 1881, o então curato de Monte Sião foi elevado à instituição canônica de Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa. No ano de 1934, no paroquiato do Pe. José Eugênio de Faria, mais conhecido por padre Zequinha, teve início a construção da atual Igreja Matriz, no mesmo lugar da anterior. Quatro anos após, as obras em fase de acabamento passaram à responsabilidade do novo vigário, Pe. Gustavo Moreira de Abreu. A partir daí algumas modificações foram feitas e a construção concluída na década de 50.
No período de 1974 a 1998 nossa paróquia esteve sob os cuidados dos padres da Congregação dos Agostinianos da Assunção. A 5 de novembro de 1999, depois de muitos estudos, pesquisas, comprovações de Graças recebidas pela intercessão de Nossa Senhora e por ser o primeiro local do mundo dedicado a Medalha Milagrosa dá-se solenemente a elevação da Igreja Matriz a Santuário de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa através do Decreto do Arcebispo Metropolitano de Pouso Alegre Dom Ricardo Pedro Chaves Pinto Filho.
Atualização 2019
O Santuário de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa visto em abril de 2019
(Fotografia de/photos by Rogério P D Luz)
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
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QUERO EMAIL DA IGREJA PARA PEDIDO DE ORAÇÕES, PODE ME ENVIAR?GRATA.
Olá Elaine, não tenho o email desejado e nem o encontrei no site oficial do Santuário. Fui lá em turismo pela cidade. No entanto, você pode pelo Facebook mandar uma mensagem para o administrador da página do Santuário e espero que consiga alcançar seu objetivo: https://www.facebook.com/santuarion.senhora.medalhamilagrosa/
Abraço, Rogério P D Luz