De autoria de Padre Manuel Teixeira, do livro-caderno Primórdios de Macau editado pelo Instituto Cultural de Macau em 1990, um texto sobre a origem da Pataca (dinheiro de Macau) e do Dólar (de Hong Kong e outros países):
PATACA E DÓLAR
Inicialmente, foi cunhada em Espanha e, depois, no México. David Lopes explica a origem do nome: “O cunho de Carlos IV a figurar no verso – um escudo quartelado, com as armas de Leão e Castela e a coroa imperial, tudo entre as 2 colunas de Hércules, unidas em cima pela divisa latina plus ultra (a divisa de Carlos V – e não IV – era “Plus ultra”, ou seja, “Mais além”. O imperador reduziu assim o antigo “Non plus ultra” = “Não mais além” – aludindo às conquistas durante o seu reinado) fez lembrar aos árabes o desenho e contorno das suas janelas; daí passarem a chamar-se bataca – moeda da janela.” Nós seguimos os árabes, alterando, no entanto, o b para p – pataca.
Como esta equivalia ao thaller austríaco, os anglo-saxões chamaram-lhe dólar; e, contemplando as duas colunas de Hércules no reverso, designaram-na com os nomes de “pillar dollar”.
Por seu turno, os chineses fixaram-se na cabeça do rei gravada no reverso da mesma e chamaram-lhe “cabeça do diabo” (kuai t’au ngan), pois é sabido que, para os chineses, os europeus eram os “diabos estrangeiros” (fan kuai lou). As patacas de Carlos IV eram chamadas “os quatro kông“; é que, na antiga escrita, o IV era representado por UB; os chineses tomaram estes números pelo seu carácter I (kông, isto é, trabalho) quatro vezes repetido.
Três raças, três mentalidades! Os árabes fixaram-se na imagem, semelhante a uma janela, e chamam-lhe bataca; os anglo-saxões, nas colunas, e designam-na “dólar do pilar” (pillar dollar); os chineses olharam para a régia cabeça e arrumaram-lhe com a “cabeça do diabo”!
Essa pataca mexicana pesava sete mases, dois condrins e sete caixas, ou seja, 26,06 gramas.
Em Xangai, a sei kông ngan (moeda dos quatro kông) manteve a sua superioridade até 1861, e valia mais um quinto que as outras; depois, depreciou-se.
Havia ainda uma pataca mexicana que, além das colunas, etc, ostentava a letra G ou G.a, denotando o lugar da cunhagem – Guadalajara, no México. Os chineses chamaram-lhe “pataca do gancho” (ngau-ch’in, isto é, ngau, gancho, e ch’in, moeda) pela semelhança desse G com o carácter ngau. Esta circulava com um desconto, às vezes de cinco por cento.
Os espanhóis chamavam à sua pataca “peso de à ocho reales”, “peso de plata”, “el duro.” O peso duro de oito reais exprimia o valor verdadeiro em prata; tratava-se da moeda por nós chamada pataca mexicana.
Após o estabelecimento dos espanhóis nas Filipinas, foi esta a moeda europeia mais comum e mais popular no Extremo Oriente. Peter Mundy, que visitou Macau em 1637, informa que, nesta cidade e em Cantão, o peso de oito reais valia sete mases e três condrins, ou sete mases e quatro condrins.
Os ingleses, nos seus domínios, chamavam à pataca “dólar mexicano”, para a distinguir do americano. Hoje, porém, esse nome foi substituído por “Hong Kong dollar”, “Singapore dollar”, etc. (Pe. Manuel Teixeira)
Hong Kong dollar 1959
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
Hoje, 24 de Junho de 2022, comemora-se 400 anos de “A Maior Derrota dos Holandeses no Oriente” na sua tentativa de tomar Macau dos portugueses. Até a transição de soberania de Macau, de Portugal para a República Popular da China, em 20 de Dezembro de 1999, a data era comemorada como “DIA DE MACAU” ou “DIA DA […]
1 Aqueles bons tempos de Macau, que já não voltam mais, de peças teatrais com participação de macaenses, são recordadas por Jorge Eduardo (Giga) Robarts na sua página no Facebook. Com autorização do Giga, as imagens foram copiadas e editadas, inclusive seus textos. Fazem parte do seu acervo, bem como, partilhadas por seus amigos dessa […]
Nesta postagem, divulgamos duas histórias de Macau de autoria do Manuel V. Basílio, publicadas no Jornal Tribuna de Macau-JTM e que foram extraídas dos seus livros: A primeira viagem portuguesa no sul da China O primeiro acordo sino-português Nos artigos abaixo com os textos com ligação direta no JTM , clique em “continue reading” (continue […]
Comentários