Um dos atrativos do novo e revitalizado Marco das Três Fronteiras em Foz de Iguaçu, Brasil, é a apresentação cultural que pudemos assistir na nossa visita em dezembro de 2017.
Consistia da apresentação de danças típicas, na ordem, do Paraguai, Argentina, o Brasil, seguida da Lenda das Cataratas, como homenagem aos três países. De acordo com o site oficial, é realizada de terça a domingo, às 20 horas e 20h30, no entanto, antes da sua visita, confira se ainda é realizada e o horário atualizado.
Vamos mostrar as fotos feitas sem flash, apenas com a iluminação para shows pouco favorável para fotografia e já no início da noite, além de procurar falar um pouco das danças na sequência apresentada.
(Fotografia de/photos by Rogério P D Luz)
PARAGUAI
POLCA PARAGUAIA, também chamada de Danza Paraguaya (do espanhol, dança paraguaia), é um estilo musical criado no Paraguai no século XIX.
A polca paraguaia e suas principais derivações, guarânia e chamamé, são gêneros musicais que representam importantes aspectos da identidade cultural não apenas do próprio Paraguai, mas também das regiões norte da Argentina e centro-sul do estado brasileiro do Mato Grosso do Sul. No Brasil, a assimilação das configurações musicais desses gêneros encontra-se em processo de transformação, apontando para o surgimento de um gênero híbrido que o músico brasileiro por vezes chama de “rasqueado”. Componentes estruturais mais próximos dos modelos originais podem ser ainda detectados no trabalho de músicos e intérpretes paraguaios estabelecidos em Campo Grande, bem como no de seus descendentes e sul-mato-grossenses identificados com o repertório sertanejo tradicional.
Um pouco do Paraguai – Os índios guaranis habitavam o país, que hoje conhecemos como Paraguai, quando, em 1515, Juan Díaz de Solís descobriu aquela região, seguido, em 1525, pelo português Diego Garcia. Um ano depois, a serviço da Espanha, o navegante italiano Sebastián Gaboto explorou, em parte, os principais cursos de água daquele país. Aventureiros espanhóis vieram, em 1537, para tentar encontrar ouro e construíram um forte chamado Nuestra Señora de la Asunción, local que viria a ser Assunção – a atual capital do Paraguai. O Paraguai colonial e a Argentina foram governados conjuntamente até 1620.
Os jesuítas estabeleceram, no final do século XVI, um grande número de missões. As missões eram habitadas por índios convertidos pelos missionários, que formavam pequenas comunidades independentes econômica e politicamente. Seguindo o exemplo da Argentina, o Paraguai proclamou sua independência no dia 14 de maio de 1811.
ARGENTINA
O TANGO é um estilo musical e uma dança a par. Tem forma musical binária e compasso de dois por quatro. A coreografia é complexa e as habilidades dos bailarinos são celebradas pelos aficionados. Segundo Discépolo, “o tango é um pensamento triste que se pode dançar”.
Sua origem encontra-se na área de Rio da Prata, na América do Sul, nas cidades de Buenos Aires e Montevidéu. A música do tango não tem uma origem muito clara. De acordo com estudos que não dispõem de numerosa documentação, o tango descenderia da habanera e se interpretava nos prostíbulos de Buenos Aires e Montevidéu, nas duas últimas décadas do século XIX, com violino, flauta e violão. Nessa época inicial, era dançado por dois homens, daí o fato dos rostos virados, sem se fitar. Depois, já nos anos 1910, com o sucesso em Paris, foi aceito pela aristocracia platina.
O escritor argentino Jorge Luis Borges afirmou que, por suas características, o tango só poderia ter nascido em Montevidéu ou Buenos Aires. O bandoneón, que atualmente caracteriza o tango, chegou à região do Rio da Prata por volta do ano 1900, nas maletas de imigrantes alemães. Não existem muitas partituras da época, pois os músicos de tango não sabiam escrever a música e, provavelmente, interpretavam sobre a base de melodias já existentes, tanto de habaneras como de polcas.
O tango nasceu nos subúrbios de Buenos Aires, na Argentina, no final do século XIX.
O tango mescla o drama, a paixão, a sexualidade, a agressividade, é sempre e totalmente triste. Como dança, é “duro”, masculino, sem meneios femininos, a mulher é sempre submissa. O ritmo é sincopado, tem um compasso binário. A síncope é de uma nota tocada no tempo fraco que se prolonga até um tempo forte, o que movimenta a música e desloca a acentuação do ritmo.
“Tango” é um termo originário das línguas africanas: inicialmente, designava uma espécie de pequeno tambor africano.
Um pouco da Argentina – Registros arqueológicos provam à presença dos primeiros habitantes na região da Argentina há aproximadamente 13 mil anos. Segundo estudos, esses habitantes eram nômades.
Os espanhóis se estabeleceram e começaram a colonizar a região da Argentina em 1516, quando o navegador espanhol Juan Diaz de Sólis, navegando pelo Rio da Prata, tornou oficial a conquista do território. Até então, a região dos pampas era habitada por nações indígenas e a região norte era parte do Império Inca. A capital, Buenos Aires, foi fundada em 1534.
Ainda no século XVI é iniciada a exploração da prata na região. No século XVII os espanhóis passam a utilizar a mão de obra indígena para a exploração da prata. Aos poucos os povos indígenas foram sendo conquistados e dizimados pelos espanhóis. Os índios guaranis argentinos foram catequizados pelas missões jesuíticas nesse mesmo período. A Companhia de Jesus foi expulsa da Argentina em 1767.
Enquanto colônia, a Argentina se envolveu em dois conflitos. Em 1776, espanhóis e índios guaranis argentinos iniciaram uma luta para expulsar os portugueses da região do Rio da Prata, e em 1806 a Argentina resistiu a invasão inglesa. Em 9 de julho de 1816 a Argentina se tornou independente.
Na época inicial, no século XIX, o tango era dançado por dois homens, daí o fato dos rostos virados, sem se fitar. A exibição mostra essa parte da história da dança que pode estranhar pois contrapõe a sensualidade quando dançada com uma mulher.
BRASIL
O SAMBA surgiu da mistura de estilos musicais de origem africana e brasileira. O samba é tocado com instrumentos de percussão (tambor, surdo, timbau, pandeiro, entre outros) e acompanhado por violão e cavaquinho. Geralmente, as letras de sambas contam a vida e o cotidiano de quem mora nas cidades, com destaque para as populações pobres. O termo samba é de origem africana e tem seu significado ligado às danças típicas tribais do continente.
As raízes do samba foram fincadas em solo brasileiro na época do Brasil Colonial, com a chegada da mão-de-obra escrava em nosso país.
O primeiro samba gravado no Brasil foi Pelo Telefone, em janeiro de 1917, cantado por Baiano. A letra deste samba foi uma composição coletiva com a participação de João da Baiana, Pixinguinha, Donga e outros músicos que frequentavam a casa da Tia Ciata, no Rio de Janeiro. Donga (Ernesto Joaquim Maria dos Santos) havia registrado, na Biblioteca Nacional do Brasil, a letra deste samba em 27 de novembro de 1916.
Tempos depois, o samba toma as ruas e espalha-se pelos carnavais do Brasil. Neste período, os principais sambistas são: Sinhô Ismael Silva e Heitor dos Prazeres.
A História do Brasil começa com a chegada dos primeiros humanos no continente americano há mais de 8.000 anos. Em fins do século XV toda a área hoje conhecida como Brasil era habitada por tribos seminômades que subsistiam da caça, pesca, coleta e agricultura. No ano de 1500, Pedro Álvares Cabral, capitão-mor de expedição portuguesa a caminho das Índias, chegou ao litoral sul da Bahia, tornando a região colônia do Reino de Portugal. Trinta anos depois, a Coroa Portuguesa implementou uma política de colonização para a terra recém-descoberta que se organizou por meio da distribuição de capitanias hereditárias a membros da nobreza, porém esse sistema malogrou, uma vez que somente as capitanias de Pernambuco e São Vicente prosperaram. Em 1548 é criado o Estado do Brasil, com consequente instalação de um governo-geral, e no ano seguinte é fundada a primeira sede colonial, Salvador. A economia da colônia, iniciada com o extrativismo do pau-brasil e as trocas entre os colonos e os índios, gradualmente passou a ser dominada pelo cultivo da cana-de-açúcar para fins de exportação, tendo em Pernambuco o seu principal centro produtor, região que chegou a atingir o posto de maior e mais rica área de produção de açúcar do mundo. No fim do século XVII foram descobertas, através das bandeiras, importantes jazidas de ouro no interior do Brasil que foram determinantes para o seu povoamento e que pontuam o início do chamado Ciclo do ouro, período que marca a ascensão do atual estado de Minas Gerais na economia colonial. Em 1763, a sede do Estado do Brasil foi transferida para o Rio de Janeiro.
Em 1808, com a transferência da corte portuguesa para o Brasil, fugindo da possível subjugação da França, consequência da Guerra Peninsular travada entre as tropas portuguesas e as de Napoleão Bonaparte, o Príncipe-regente Dom João de Bragança, filho da Rainha Dona Maria I, abriu os portos da então colônia, permitiu o funcionamento de fábricas e fundou o Banco do Brasil. Em 1815, o então Estado do Brasil foi elevado à condição de reino, unido aos reinos de Portugal e Algarves, com a designação oficial de Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, tendo Dona Maria I de Portugal acumulado as três coroas. Em 7 de setembro de 1822, Dom Pedro de Alcântara proclamou a Independência do Brasil em relação ao Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, e fundou o Império do Brasil, sendo coroado imperador como Dom Pedro I.
LENDA DAS CATARATAS
Conta-se que os índios Caigangues, habitantes das margens do Rio Iguaçu, acreditavam que o mundo era governado por M’Boy, um deus que tinha a forma de serpente e era filho de Tupã. Igobi, o cacique dessa tribo, tinha uma filha chamada Naipi, tão bonita que as águas do rio paravam quando a jovem nelas se mirava.
Devido à sua beleza, Naipi era consagrada ao deus M’Boy, passando a viver somente para o seu culto. Havia, porém, entre os Caigangues, um jovem guerreiro chamado Tarobá que, ao ver Naipi, por ela se apaixonou.
No dia da festa de consagração da bela índia, enquanto o cacique e o pajé bebiam cauim (bebida feita de milho fermentado) e os guerreiros dançavam, Tarobá aproveitou e fugiu com a linda Naipi numa canoa rio abaixo, arrastada pela correnteza.
Quando M’Boy percebeu a fuga de Naipi e Tarobá, ficou furioso. Penetrou então as entranhas da terra e, retorcendo o seu corpo, produziu uma enorme fenda, onde se formou a gigantesca catarata.
Envolvidos pelas águas, a canoa e os fugitivos caíram de grande altura, desaparecendo para sempre. Diz a lenda que Naipi foi transformada em uma das rochas centrais das cataratas, perpetuamente fustigada pelas águas revoltas.
Tarobá foi convertido em uma palmeira situada à beira de um abismo, inclinada sobre a garganta do rio. Debaixo dessa palmeira acha-se a entrada de uma gruta sob a Garganta do Diabo onde o monstro vingativo vigia eternamente as duas vítimas.
FINAL REUNINDO TODAS AS APRESENTAÇÕES DOS TRÊS PAÍSES
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
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