Uma ao lado de outra, a da direita – Igreja da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte do Carmo, e da esquerda – a Igreja de Nossa Senhora da Antiga da Sé
A partir da bem conhecida Igreja de Nossa Senhora da Candelária na Praça Pio X, centro do Rio de Janeiro, percorrendo a Rua 1º de Março, chega-se à Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé, tendo passado também pela Igreja da Irmandade da Santa Cruz dos Militares e a Igreja da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte do Carmo, as três na mesma rua e caminhando apenas 5 minutos ou 450 metros. Isto sem falar noutras igrejas nas redondezas, mostrando o quanto a cidade maravilhosa é rica em igrejas católicas e históricas na sua área urbana.
Igreja da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte do Carmo
(Fotografia de/photos by Rogério P D Luz)
Nesta postagem vamos falar e mostrar imagens da Igreja da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte do Carmo, que tem como vizinha a Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé. Uma bela igreja histórica que teve as obras iniciadas em 1755 e concluídas em 1770 com as torres inacabadas, que vieram a ser construídas entre 1847 a 1850 pelo arquiteto Manuel Joaquim de Melo Corte Real, professor de desenho da Academia Imperial de Belas Artes. O projeto da igreja é atribuído ao português Manuel Alves Setúbal, também construtor do edifício, com planta modificada por Frei Xavier Vaz de Carvalho. Coincidentemente a igreja vizinha da Antiga Sé também foi sagrada em 22 de Julho de 1770.
A construção da igreja foi decidida em 1752 pela Ordem Terceira do Carmo, que antes ocupava uma capela próxima ao Convento do Carmo. Mas o que é uma ‘Ordem Terceira’? A Wikipédia explica: “As Ordens terceiras são associações de leigos católicos ou confrarias, vinculadas às tradicionais ordens religiosas medievais, em particular às dos franciscanos, carmelitas e dominicanos. Reúnem-se em torno à devoção de seu santo padroeiro. Espalharam-se pela América através dos colonizadores e foram um elemento importante na vida social da América portuguesa e espanhola. As ordens terceiras mais atuantes no Brasil foram a Ordem Terceira do Carmo e a Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, hoje Ordem Franciscana Secular. De forma semelhante às irmandades, estas ordens eram organizadas e dirigidas pelos leigos, cabendo aos religiosos o papel de orientação espiritual. Durante o ciclo do ouro no Brasil, algumas ordens terceiras tornaram-se ricas, patrocinando a construção de igrejas barrocas, sobretudo na Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro”.
Fachada
A fachada da Igreja da Ordem Terceira do Carmo é muito elegante, com belos portais, janelões e com um frontão contracurvado típico do barroco. A fachada é única entre as igrejas coloniais do Rio de Janeiro por ser totalmente revestida com pedra, sem o contraste entre a cantaria e o reboco branco, característica da maioria das igrejas coloniais brasileiras. A fachada de pedra, assim como o perfil dos janelões, colunas e portais da fachada são influência da arquitetura lisboeta da época pombalina. O uso das fachadas totalmente em pedra não se firmou no Rio, possivelmente pelo fato da pedra carioca ser demasiadamente escura. As torres com suas cúpulas bulbosas cobertas de azulejos.
Interior
A igreja é de nave única com corredores laterais com capelas laterais e capela-mor retangular. A talha dourada da igreja, de feição rococó, é muito valiosa. A decoração interna começou em 1768 com o entalhador Luiz da Fonseca Rosa, que a partir de 1780 foi auxiliado por Valentim da Fonseca e Silva (o Mestre Valentim). Mestre Valentim trabalharia na igreja até 1800. A Capela do Noviciado, construída à direita da capela-mor, é revestida por belíssima talha rococó de Mestre Valentim, uma de suas obras-primas, esculpida entre 1772 e 1773. As telas da capela são obra do pintor colonial Manuel da Cunha.
No Altar-mor abaixo do crucifixo, a Virgem do Carmelo. Santa Teresa de Ávila no lado esquerdo e no lado direito, Santa Emerenciana (avó de Maria, segundo o Proto-Evangelho de São Tiago) que segura nos braços Santa Ana e a Virgem Maria, sua neta.
Entre 1829 e 1855 as paredes da nave foram preenchidas com talha pelo escultor Antônio de Pádua e Castro, o que deu ao interior um aspecto mais homogêneo. Também no século XIX se abriu uma pequena cúpula sobre a capela-mor para permitir a entrada de luz.
No coroamento do arco-cruzeiro vemos a representação de Nossa Senhora do Carmo e membros das ordens carmelitas
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
Não poderia este blogue deixar de fazer mais um registo histórico de uma tradição mantida na Macau do ano de 2023, hoje, território da República Popular da China. Assim, o nosso colaborador, Manuel V. Basílio, macaense residente em Macau, nos dá o relato, com fotos, sobre a procissão de Nossa Senhora de Fátima realizada no […]
No Anuário de Macau do ano de 1962, nas páginas finais, vários anúncios publicitários encontravam-se publicados, os quais, reproduzimos abaixo para matar as saudades de quem viveu aquela época de ouro, ou então, para curiosidade daqueles que possam se interessar em conhecer, um pouco mais, aquela Macau de vida simples, sem modernidade, mas, mais humana.
Páginas digitalizadas do Anuário de Macau, Ano de 1962, o que aparentemente foi o último da série, ficamos aqui a conhecer quem eram as pessoas que ocuparam cargos no – Governo da Província e Repartições Públicas. Mesmo passados mais de 60 anos, agora que estamos na década com início em 2020, muitos nomes ainda estão […]
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