Ontem, Quinta-Feira Santa da Semana Santa de 2013, antecipei o que deveria ser feito à noite após a Missa da Ceia do Senhor e Lava-Pés e na Sexta-Feira Santa, uma antiga tradição de “Correr as Igrejas”, ou simplesmente em atoá, antigo dialecto de Macau (ex-território português na China) “Corê Igreja”. Lembro-me dos velhos tempos na minha terra natal, nos anos 50 e 60, em que, muitas vezes na companhia dos meus pais quando criança, cumpríamos este ritual.
Hoje, não saberia dizer se ainda é praticado este antigo costume religioso. No site da cidade de Salvador, na Bahia, Brasil, conta que “na antiga Salvador era costume “correr as sete igrejas” na Sexta-Feira da Paixão, como forma de “confirmar a fé e o jejum, fazer pedidos e agradecer as graças alcançadas”, ou então, em Portugal no site da Rádio Onda Viva: “esta quinta-feira à noite muitos poveiros vão visitar as igrejas e capelas da cidade, numa tradição que faz parte do programa oficial da Semana Santa, organizado pela Confraria do Santíssimo Sacramento”.
Por minha parte, decidi neste ano, ainda na claridade da tarde, visitar algumas igrejas em São Paulo diante da impossibilidade de fazê-lo à noite e na Sexta-Feira Santa. Na minha consciência valia a intenção e a oração, mesmo antecipadamente. Foram cinco, encerrando na Igreja do Divino Espírito Santo onde assisti à Missa da Ceia do Senhor e Lava-Pés, onde fiz algumas fotografias para registrar esta bela cerimônia religiosa que eleva a nossa fé católica. Vamos “correr as igrejas”?
1ª – Igreja de Santo Antônio, na Praça Patriarca, centro de São Paulo. A mais antiga igreja da cidade fundada nas últimas décadas do século XVI e cuja fachada atual data de 1899-1919. Veja postagem sobre a Igreja neste blog.
2ª – Igreja de São Francisco de Assis, no Largo São Francisco, no centro: após a construção no local do Convento São Francisco em 1647, a capela da Ordem Terceira foi construída em 1676. Restaurada em 2008, desenhos neoclássicos de 1870 foram redescobertos sobre 8 camadas de tinta:
A Igreja de São Fracisco de Assis, de cor amarela, tem como vizinha a Igreja Chagas do Seráfico Pai São Francisco concluída em 1787, encontrando-se atualmente em restauração. Ambas estão tombadas pelo Patrimônio Histórico.
A Quinta-Feira Santa marca o fim da Quaresma e o inicio do Tríduo pascal na celebração que relembra a ultima ceia de Jesus Cristo com os doze Apóstolos.
3ª – Catedral da Sé, na Praça da Sé, centro de São Paulo: É um dos cinco maiores templos neogóticos do mundo. Os trabalhos de construção da igreja começaram em 1913 e terminaram em 1954.
4ª – Igreja de São Luíz, localizada na Avenida Paulista: A arquitetura do templo obedece ao puro estilo clássico Greco/Romano. As obras da sua construção terminaram em 1935.
5 ª – Igreja do Divino Espírito Santo, na Rua Frei Caneca, região da Avenida Paulista: Em 1908, oficializava-se a construção da nova Igreja sob a categoria de Paróquia Divino Espírito Santo. Foi aqui que assisti à Missa da Ceia do Senhor e Lava-Pés. Acompanhe a celebração religiosa nas próximas fotos:
O início da missa com a Procissão da Cruz seguida por grupo de jovens da Paróquia do Divino Espírito Santo, que depois, participariam da cerimônia de Lava-Pés.
O pároco que rezou a missa foi auxiliado por vários ministros(as).
A cerimônia de Lava-Pés da qual participaram doze jovens, seis de cada vez. A eles foi oferecido um pão italiano consagrado.
A participação dos jovens é importante para continuidade da Igreja Católica. O sacerdote refaz o gesto de humildade de Jesus Cristo e lava os pés de 12 fiéis.
Após a missa, com o Santíssimo Sacramento foi realizada uma procissão pela área da Igreja, sendo após exposto para veneração pelos fiéis. Em algumas igrejas, fica exposto por toda a madrugada. Daí o motivo para “correr as igrejas”.
A procissão percorreu pelo pátio da Igreja.
O Santíssimo Sacramento carregado pelo pároco retorna à Igreja encerrando a procissão e para ficar exposto aos fiéis para suas orações.
Após a celebração, há uma vigília de oração diante do Cristo Eucarístico, relembrando a vigília de Cristo no horto das Oliveiras, onde foi preso pelos soldados romanos guiados por Judas.
Durante a celebração da missa foi oferecido aos fiéis um pão consagrado e na etiqueta da embalagem constavam os dizeres: “Eu sou o pão da vida: aquele que vem a mim não terá fome” Instituição da Eucaristia 28/03/2013 – Paróquia do Divino Espírito Santo.
*(Fonte de consultas e textos: site da Arquidiocese de São Paulo e Wikipedia)
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.


Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.


cartaz de Ung Vai Meng

O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.

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Não poderia este blogue deixar de fazer mais um registo histórico de uma tradição mantida na Macau do ano de 2023, hoje, território da República Popular da China. Assim, o nosso colaborador, Manuel V. Basílio, macaense residente em Macau, nos dá o relato, com fotos, sobre a procissão de Nossa Senhora de Fátima realizada no […]

No Anuário de Macau do ano de 1962, nas páginas finais, vários anúncios publicitários encontravam-se publicados, os quais, reproduzimos abaixo para matar as saudades de quem viveu aquela época de ouro, ou então, para curiosidade daqueles que possam se interessar em conhecer, um pouco mais, aquela Macau de vida simples, sem modernidade, mas, mais humana.

















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