O patuá de Macau do Século 19 era diferente do falado no Século 20, tal como a língua portuguesa? Quem é entendido do dialecto vai poder dizer após a leitura dos dois textos desta postagem, um de 1865 e outro de 1899. Ambos foram extraídos do artigo do Pedro Mesquita publicado na Revista Nam Van de Outubro de 1985, bastante elucidativo sobre o patuá e que será posteriormente publicado neste blog.
Já em 1899, um leitor de uma publicação criticava em patuá o aterro da Praia Grande. Imagine só se ele estivesse vivo para ver como esses aterros prosperaram.
O link para esta postagem feita no Facebook provocou os seguintes comentários:
Delano Pereira: O Patuá mais velho era mais aportuguesado. Com o tempo a “nossa” gente imersou-se com as linguas vizinhas, mormente, o malaio, o tailandes, o ingles, o holandes, o cantones…
Álvaro José: A mutação da Língua é assim, sem perder as características essenciais do Patuá. Essa é uma língua que nasceu híbrida, no começo com traços mais aportuguesados e vai se modelando às outras línguas existentes em Macau. Tenho lido textos como o de Mariazinha Carvalho, “NÔS MAQUISTA-MAQUISTA” (São Paulo, Fevereiro de 2012) e me fascina a estrutura do Patuá.
Patuá é uma porta lingüística para conhecer as maravilhas da cultura Macaense. Poderia-se conhecê-la através do Inglês ou mesmo do Português, mas a beleza dessa língua nos leva a compartilhar as convergências e resistências de identidades, a compartilhar a mistura das alegrias e sacrifícios experimentados, vividos e contados com orgulho e saudade às novas gerações.
Macau não é China, Macau não é Portugal…
Macau sâm Macau onçom di coraçám.
Miguel S Fernandes: O patuá do seculo 20 tinha que ser diferente, porque a língua vai-se adaptando a novos contextos sociais em que se utiliza, vai buscando novas estratégias de sobrevivência, enquanto veículo de comunicação. Mas a base continua a ser a mesma. Notamos a mesma estrutura gramatical, mesma construção frásica.
Há que ter em conta um outro aspecto que é mister falarmos: o patuá foi essencialmente uma língua falada. Quem escreveu os textos era intelectual e conhecedor da língua portuguesa e naturalmente falante do crioulo. O autor podia – e bem – ter “macaizado” muitas palavras portuguesas sempre que foi necessário para a descrição ou narração da realidade, para o qual o parco vocabulário oral do patuá não chegava. Aí podia ser a ‘razão’ de o crioulo paracer mais portuguesado. Seja como for – e isto dá pano para muita manga – é interessantíssimo o que está aqui reproduzido.
Sâm assi-ia!
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
Hoje, 24 de Junho de 2022, comemora-se 400 anos de “A Maior Derrota dos Holandeses no Oriente” na sua tentativa de tomar Macau dos portugueses. Até a transição de soberania de Macau, de Portugal para a República Popular da China, em 20 de Dezembro de 1999, a data era comemorada como “DIA DE MACAU” ou “DIA DA […]
1 Aqueles bons tempos de Macau, que já não voltam mais, de peças teatrais com participação de macaenses, são recordadas por Jorge Eduardo (Giga) Robarts na sua página no Facebook. Com autorização do Giga, as imagens foram copiadas e editadas, inclusive seus textos. Fazem parte do seu acervo, bem como, partilhadas por seus amigos dessa […]
Nesta postagem, divulgamos duas histórias de Macau de autoria do Manuel V. Basílio, publicadas no Jornal Tribuna de Macau-JTM e que foram extraídas dos seus livros: A primeira viagem portuguesa no sul da China O primeiro acordo sino-português Nos artigos abaixo com os textos com ligação direta no JTM , clique em “continue reading” (continue […]
Comentários