Atualização: O Museu TAM foi fechado definitivamente em 2016
Fui rever o hidroavião Jahú, o original, no Museu TAM, em São Carlos, Estado de São Paulo, após a última vez nos anos 80 no extinto Museu da Aeronáutica no Parque de Ibirapuera. Restaurado, após muitos anos de abandono e descaso, finalmente repousa, muito bem cuidado e no lugar apropriado junto com outras aeronaves históricas, no Museu das “Asas de um Sonho” do Comandante Rolim da TAM.
No histórico a seguir, compilado da Wikipedia, conheça a façanha do aviador João Ribeiro de Barros com seus companheiros em 1927, pois muitos devem conhecer o hidroavião mas não saber da sua história. Dois vídeos da You Tube mostram a chegada da aeronave no Rio de Janeiro e em São Paulo.
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(fotografia de/photos by Rogério P.D. Luz)
Jahú é um hidroavião Savoia-Marchetti S.55 (versão C), o último de seu modelo no mundo. Destacou-se por ser a aeronave com que João Ribeiro de Barros e mais três tripulantes (João Negrão como copiloto, Newton Braga como navegador, e Vasco Cinquini como mecânico), fizeram a terceira travessia aérea do Atlântico Sul – a primeira da história sem escalas – em 1927.
A primeira travessia do Oceano Atlântico foi realizada pela dupla John Alcock e Arthur Whitten Brown em 1919. A primeira travessia aérea do Atlântico Sul foi realizada pela dupla Gago Coutinho e Sacadura Cabral, em 1922, seguida pela de Ramon Franco e uma equipagem da Força Aérea Espanhola, no hidroavião Dornier DO J (Wahl) “Plus Ultra”.
João Ribeiro de Barros
O primeiro aviador das Américas a realizar um voo transatlântico (Wikipedia)
Imagem da Wikimedia Commons
João Ribeiro de Barros (Jaú, 4 de abril de 1900 — Jaú, 20 de julho de 1947) foi um aviador brasileiro.
Com seus companheiros foi um dos pioneiros da travessia aérea do Atlântico Sul, no dia 28 de abril de 1927, a bordo do hidroavião Jahú. Os demais tripulantes foram Arthur Cunha (na primeira fase da travessia) e depois João Negrão (co-pilotos), Newton Braga (navegador), e Vasco Cinquini (mecânico).
Os quatro aeronautas partiram de Gênova, em Itália, até São Paulo na Represa de Guarapiranga, fazendo escalas em Espanha, Gibraltar, Cabo Verde, e Fernando de Noronha, já em território brasileiro.
Com os próprios recursos e sem nenhuma ajuda governamental, João Ribeiro de Barros adquiriu na Itália uma aeronave Savoia-Marchetti S.55 avariada e promoveu, com Vasco Cinquini, diversas reformas na mesma, melhorando assim a sua velocidade e autonomia. Tais reformas foram tão positivas para o desempenho do hidroavião que impressionaram os italianos. Anteriormente esteve na cidade de Nova Iorque onde aconselhou-se com seu amigo Gago Coutinho.
(foto de http://www.gentedanossaterra.com.br)
Esta mesma aeronave anteriormente fora utilizada pelo conde Casa Grande numa frustrada tentativa de travessia transatlântica Itália – Brasil. Esta tentativa foi interrompida em Casablanca na África e o avião foi considerado incapaz de realizar tal façanha. O aparelho, que saiu da fábrica com o nome original de Alcione, foi rebatizado por seu novo proprietário com o nome Jahú (de acordo com a ortografia da época) nome dado em homenagem à sua cidade natal, atual Jaú.
Saiu de Gênova na Itália em 18 de Outubro de 1926, com destino às ilhas de Cabo Verde para iniciar a sua primeira travessia do Atlântico. Gago Coutinho e Sacadura Cabral também fizeram escala nestas ilhas na histórica primeira travessia aérea do Atlântico Sul, em 1922.
Seu avião foi sabotado, sendo assim necessária uma parada em Alicante, na Espanha, onde descobriu uma peça de bronze no cárter do aparelho, além de água, areia e sabão no sistema de alimentação do motor. Provavelmente tal sabotagem ocorreu ainda na Itália antes da partida de Gênova.
Foi preso pela ditadura presente na época na Espanha, acusado de ali pousar sem permissão. Teve que ser libertado pelo cônsul do Brasil na Espanha.
Nova escala de emergência é feita em Gibraltar onde são feitos novos reparos.
Sofreu sabotagens, chantagens de companheiros, o desdém do presidente Washington Luís, mas perseverou, e às 4:30 h da manhã no dia 28 de abril de 1927, partindo de Praia na ilha de Santiago (Cabo Verde), cruzou o Atlântico com seus três companheiros a bordo do Jahú, que pousou triunfante às 17:00 h na enseada norte da Ilha de Fernando de Noronha.
O comandante Nisbet do navio italiano Angelo Toso testemunhou a amerissagem do Jahú. Este comandante atestou que nos tanques da aeronave ainda restavam 250 litros de combustível.
Apesar de um dos motores apresentar problemas durante a viagem e enfrentar chuva, conseguiu estabelecer um recorde de velocidade que só foi batido alguns anos depois.
Após essa etapa, foi pousando em cada uma das grandes cidades do litoral, (Natal, Recife, Salvador, Rio de Janeiro, Santos e São Paulo), onde foi recebido com grandes festas e honras.
O avião foi restaurado e hoje está exposto no Museu TAM, ou Museu Asas de um Sonho, em São Carlos – SP. Trata-se da única aeronave transatlântica da época que ainda existe e está com sua configuração original.
Segundo o historiador Luís da Câmara Cascudo (no livro No Caminho do Avião… Notas de Reportagem Aérea 1922-1933), o JAHÚ aterissou no Rio Potengi, na cidade de Natal, no dia 14 de maio de 1927, completando sua travessia sobre o Oceano Atlântico.
Histórico no Museu TAM
Vídeo da chegada do Jahú ao Rio de Janeiro
Vídeo da chegada do Jahú a São Paulo
Outras ligações sobre o Jahú:
* A chegada do Jahú a Santos, em 1927: http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0058h1.htm
* O “JAHÚ” em São Paulo: http://almanaque.folha.uol.com.br/cotidiano_01ago1927.htm
* Sobre o jauense João Ribeiro de Barros: http://www.gentedanossaterra.com.br/joao_ribeiro_de_%20barros.html
* A primeira travessia aérea do Atlântico Sul foi concluída com sucesso pelos aeronautas portugueses Gago Coutinho e Sacadura Cabral, em 1922, no contexto das comemorações do Primeiro Centenário da Independência do Brasil:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Primeira_travessia_a%C3%A9rea_do_Atl%C3%A2ntico_Sul
* As fotos antigas e o desenho foram recolhidos da Google Imagens sem fonte definida.
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
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Muito interessante e cultural este relato da travessia do Atlantico Sul. São coisa históricas que a gente vai aprendendo aos poucos.