No seu artigo “De Tachos e Tamarindos na Terra do Balichão”, da série “O Tacho do Diabo”, publicado na Revista Macau edição de Novembro de 1992, Cecília Jorge dá a receita do Tacho, também conhecido por Chau-Chau Pele, uma celebridade da culinária macaense (de Macau, antigo território português na China):
TACHO (CHAU-CHAU PELE)
por Cecília Jorge
Galinha – 1,5 quilo
Chispe (pé de porco) – 2
chouriço chinês fumado – 8
ganso fumado – (meio)
toucinho chinês fumado – 200 gramas
presunto chinês – 200 gramas
pele de porco torrada – 200 gramas
inhame (pequeno) – 12
lombarda branca (média) – 1
ervilhas de quebrar – 150 gramas
gengibre, sal, – q.b. (a gosto)
pimenta, óleo – q.b. (a gosto)
(Na véspera, limpar e cortar o chispe em rodelas, salgar e guardar em local fresco.)
Demolhar a pele de porco numa bacia grande de água morna, lavar em duas águas, retirando as impurezas e os pelos. Cortar em pedaços quadrados com cerca de 10 centímetros. Escaldar e deixar escorrer. Cortar a couve em seis partes e lavar. Preparar a ervilha, lavar e passar por água fervente, “constipando” em seguida (passar por água fria). Lavar e cozer o inhame com casca, e pelar. Lavar e cozer a galinha inteira numa panela com água suficiente para a cobrir, com duas fatias de gengibre e sal. Adicionar o presunto chinês a meio da cozedura. Mal esteja cozida, retirar a galinha da água e deixar esfriar completamente antes de cortar em pedaços. Voltar a cozer o inhame (já descascado) no caldo da galinha, em lume mínimo.
Escaldar o chispe em água fervente por cinco minutos, deitar fora a água e voltar a aquecer água num tacho para o cozer, com um pouco de gengibre.
Colocar os chouriços, o toucinho fumado (partido) e o ganso fumado (também cortado) num prato de esmalte e cozer em vapor num recipiente com tampa. Bastam 10 minutos (contados quando a água começar a ferver). Cortar depois os chouriços em pedaços, ou em fatias grossas. Escaldar a couve em água com sal e um pouco de óleo e deixar escorrer.
Juntar num dos tachos o chispe, o frango, o presunto, as carnes fumadas, a pele e os dois legumes, por essa ordem, deixando apurar tudo na mistura dos dois caldos.
Servir o chau-chau pele bastante quente, numa terrina funda, com molho, acompanhado de arroz cozido sem sal. (Sendo em grande quantidade, convém separar a parte a que se juntam os legumes (porque fermentam) e deixar esfriar o resto antes de meter no frigorífico (geladeira). Voltar a acrescentar couves (ou espinafres) sempre que se requente uma porção de tacho, ou chouriço chinês cozido antes em vapor. O tacho deve ser derretido em lume branco para não queimar.
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Notas do blog:
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
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