Para ter saudades, é preciso falar português! Não porque pessoas de outras línguas não têm saudades, mas porque a palavra “saudade” não tem tradução. Outros povos expressam de outras formas, ou assim procuram, embora acaba dando na mesma. Além de tudo é peculiar os falantes da língua portuguesa serem saudosistas, como os brasileiros, portugueses, macaenses, enfim, a população mundial da lusofonia.
Foi nesse espírito saudosista que criei em 2003 um site do gênero – Projecto Memória Macaense. Projecto ou projeto, foi escrito inicialmente no português falado em Macau, antigo território de Portugal na China. Lembrava daquela Macau que vivi por 17 anos, até a imigração para São Paulo em 1968. Eram fotos antigas, tanto de pessoas como de paisagens e lugares, além de itens variados como bilhetes de cinema, de ônibus (autocarro), dinheiro, caixa de fósforo etc. Daquelas coisas que trouxe na bagagem para o Brasil com o objetivo de matar saudades da terra.
Nesse espírito, descobri há algum tempo no Facebook um grupo aberto chamado – Memórias Paulistanas. Administrado pelo assessor de imprensa Pedro Nastri II, já conta até esta data com cerca de 30 mil membros, e continua a crescer. A receita de tanto sucesso é simples: saudades daquela São Paulo antiga, com fotos de todas as épocas e muita gente a suspirar de saudades. Paulistano é saudosista, apesar de gostar da São Paulo de hoje, isto é, exceto a insegurança, a criminalidade e a violência.
Quando cheguei a São Paulo há 46 anos atrás, em 1968, a gente podia andar tranquilo na cidade já grande. Tinha pouca criminalidade. Mas também vi prédios históricos irem abaixo para dar lugar à modernidade. Não precisava! Só ver a Europa onde a modernidade respeitou o que é histórico. Na Rua Líbero Badaró, ainda pude ver belos e imponentes palacetes serem demolidos para darem lugar a dois prédios comerciais sem nada de bonito. Pena que não tive o cuidado de sair por aí e tirar muitas fotos da cidade, pois estava mais preocupado em sobreviver na nova terra de acolhimento. Mas fiz algumas e já contribuo com minhas postagens. Vou colaborando como posso.
Visitar a página do grupo Memórias Paulistanas, você viaja pelo tempo e sempre tem alguém entendido que contribui com comentários explicativos ou técnicos. Acaba conhecendo um pouco da história de São Paulo, ou até conhecer lugares que desconhecia.
Para ver a página é preciso ter conta no Facebook. Portanto, uma vez acessado cole o link: https://www.facebook.com/groups/memoriaspaulistanas. Cuidado que tem outros grupos com o mesmo nome, mas com menos membros, pois o original tem quase 30 mil membros ou já teria superado dependendo da época que você acessar.
Veja então algumas imagens que foram publicadas por seus membros:
Arco de Triunfo em São Paulo? É sim. Explica-se no link da postagem: “Foi construído na Praça da Luz em 1921 para homenagear o novo presidente da República, Epitácio Pessoa, que governou entre 1919 e 1922. Entre a Estação da Luz e a Pinacoteca do Estado, o arco foi demolido nos anos 50. Sobre ele passa a Avenida Tiradentes. Apesar de muitos lamentarem a sua demolição, na verdade, conforme diz um dos membros, foi feito de material leve tipo madeira e gesso só para uma cerimônia e logo depois foi demolido.
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
Foi graças a um dvd distribuído por um dos seus filhos, que possibilitou ao Projecto Memória Macaense – PMM montar diversos vídeos filmados por Hércules António que nos trazem velhas e memoráveis lembranças daquela Macau antiga que mora no coração dos macaenses e daqueles que tiveram vivência no território. Os vídeos publicados no YouTube nos […]
No livro “Meio Século em Macau” de J. J. Monteiro (José Joaquim Monteiro) composto por dois volumes, nas últimas páginas do Volume II estão as letras da canção “Macau (linda)”, que infelizmente não temos a gravação e nem se sabe se houve, talvez nos arquivos pessoais de algum macaense ou familiares. Trata-se de uma música […]
Os Brasões de Macau portuguesa são todos inspirados nos estilos heráldicos tradicionais da Europa. O primeiro brasão de armas de Macau foi usado até ao final do século XIX. É apenas constituído pelas armas de Portugal cercado pela inscrição Cidade do Nome de Deus, Não Há Outra Mais Leal. O segundo brasão de armas foi […]
A internet é fantástica.
Circulando pela net dei com esta publicação. Qual não foi minha surpresa ao deparar com a citação do grupo que criei no facebook.
Hoje, contamos com mais de 70 mil membros, e a página continua crescendo.
Como mesmo disse aqui na publicação, a receita é simples: Saudades da São Paulo de outrora.
Oxalá todos possam fazer o mesmo, tanto resgatando a memória e história de São Paulo, como de outras cidades, pois, tenho certeza, ai em Macau muito há de se resgatar.
A história não é nossa. Não pode ficar confinada em quatro paredes. A história pertence a todos.
Obrigado Rogério por ter dedicado este espaço na divulgação do grupo.
Estamos lhe esperando para também divulgar coisas de Macau.
Forte Abraço
Pedro Nastri
jornalista
Olá Pedro Nastri, grande prazer ter seu o comentário. Os meus parabéns pela sua iniciativa e trabalho pela bela memória de São Paulo que tanto admiro. Forte abraço. Rogério Luz