Dando sequência à postagem anterior (clicar aqui para ver) em que Cecília Jorge fala sobre o Arroz e dá a receita de Arroz Pilau, no mesmo artigo do Tacho do Diabo, também explica sobre a origem da Bebinca ou Bebinga e publica quatro receitas de bebincas de rábano e de leite. Veja:
A BEBINCA
de Cecília Jorge – Revista Macau edição de Agosto de 1992
Desconhece-se o porquê do seu nome, sabendo-se apenas existir um doce homónimo (de preparo diferente) na tradição doceira de Goa, de onde. aliás, pode ter vindo, depois de uma viagem a partir de algures em Portugal, onde há séculos as diligentes freiras nos conventos, e mosteiros, se esmeravam a preparar uma versão muito semelhante: o manjar branco. Existem várias receitas de bebinca ou bebinga, para designar coisas, por vezes, sem qualquer ponto coincidente, umas doces, outras salgadas. Assim, temos a bebinca de leite e a bebinca de arroz pulu, onde á única variante é a farinha, fécula de milho ou farinha de arroz; e as bebincas de nabo, de rábano, de inhame e de batata doce, onde, desta feita, a única coincidência é, também, a farinha de arroz.
Escolhemos duas versões das duas receitas mais conhecidas e também por isso, mais fáceis de confeccionar: a bebinca de leite e a bebinca de rábano, esta última inspirada num petisco festivo dos chineses, o ló-pak-kou, que os macaenses se habituaram a associar às festividades do Ano Novo Lunar, altura em que é mais consumido, sendo de presença obrigatória nas mesas postas.
AS RECEITAS DE CECÍLIA JORGE
BEBINCA DE RÁBANO (I)
Rábanos – 1,5 quilo
farinha de arroz – 500 gramas
chouriço chinês (de)fumado – 2
cogumelos chineses secos – 6
carne de porco (febra) – 100 gramas
camarão seco, cebolinho, banha, coentros,
sementes de sésamo, sal, pimenta – q.b. (a gosto)
Descascar e ralar os rábanos. Demolhar os cogumelos em água fervente durante 10 minutos, lavar e cortar em tirinhas. Demolhar os camarões em água quente, passar por água fria e coar. Lavar os coentros e o cebolinho, cortar em pedaços. Cortar o chouriço fumado em rodelas muito finas. Temperar, fritar a carne de porco e cortá-la em pedacinhos.
Aquecer duas colheres de sopa de banha num tacho largo e fritar o rábano em lume moderado, deixando amolecer com o tacho tapado sem cozer demasiado. Retirar do lume e juntar ao rábano a farinha de arroz, aos poucos, para não fazer engulhos. Temperar entretanto com sal e, querendo, com parte dos ingredientes como sejam os pedaços de porco, cogumelos, camarão, e rodelas de chouriço, tendo o cuidado de reservar parte para depois. Untar uma forma de alumínio ou folha com banha e colocar a massa de rábano, carregando e espalhando bem para ficar compacta. Alisar a parte de cima com as costas de uma colher oleada e espalhar o resto do porco, cogumelos, camarão, rodelas de chouriço e ainda sementes de sésamo, cebolinho e coentros. Cozer em banho-maria durante cerca de uma hora, ou até quando, espetando e retirando um palito, a massa não se colar.
A bebinca pode ser comida quente, mas fica mais saborosa deixando esfriar, e fritando em fatias. Comer com molhos de soja e picante.
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BEBINCA DE RÁBANO (II)
Rábanos – 1,5 quilo
farinha de arroz – 300 gramas
presunto e chouriço chinês (picados)
cebolinho e coentros (cortados em bocados pequenos)
sementes de sésamo, sal, pimenta,
banha q.b. (a gosto)
Descascar e ralar os rábanos, deixando-os ficar num recipiente onde não se perca o suco. Derreter a banha num tacho e acrescentar o rábano e a farinha, temperando com sal e pimenta. Colocar a massa numa forma de alumínio ou folha untada e cobrir com o presunto e o chouriço picado, o cebolinho e os coentros e o sésamo.
Cozer em banho-maria durante uma hora. Comer quente.
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BEBINCA DE LEITE (I)
Ovos – 8 gemas
Açúcar – 125 gramas
leite condensado – 1 lata
fécula de milho – 100 gramas
Coco (ralado e escaldado em 5 chávenas/xícaras de água) – 1
manteiga (derretida) – 125 gramas
Diluir a fécula na água do coco. Juntar-lhe o leite condensado, o açúcar e as gemas desfeitas. Misturar bem, passar por uma peneira e levar numa panela a lume brando, mexendo sempre.
Quando estiver quase a ferver, adicionar pedacinhos de manteiga.
Deitar numa forma previamente molhada e deixar esfriar antes de meter no frigorífico/geladeira.
(Pode-se igualmente colocar numa travessa e levar ao forno para tostar).
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BEBINCA DE LEITE (II)
Coco ralado – 500 gramas (escaldado em duas chávenas/xícaras de água)
fécula de milho – 1chávena/xícara
açúcar – 1 chávena/xícara
ovos – 6 gemas
Aproveitar apenas a água do coco, coando e espremendo bem num pano. Juntar à água de coco, o acúcar, a fécula e as gemas de ovo e levar a panela a lume brando, mexendo para não colar ao fundo. Deitar numa forma previamente molhada e deixar esfriar.
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
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