Atualização 05/07/2019
Paraty e Ilha Grande foram reconhecidos pelo comitê da UNESCO-Organização para as Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura nesta data, como Patrimônio Mundial.
Enquanto as naus portuguesas chegavam nos mares da China, em Macau, no inicio do século XVI com a ocupação citada em 1557, Paraty começava a ser fundada, segundo os historiadores entre 1540 a 1560, ou em 1597.
O antigo território português na China, ocupado por cerca de 440 anos, foi devolvido aos chineses em 20 de dezembro de 1999, e hoje é uma cidade repleta de prédios e cassinos com diversos monumentos históricos preservados. A cidade de Paraty que no período colonial brasileiro, entre 1530 a 1815, foi sede do mais importante porto exportador de ouro do Brasil, preserva todo o seu patrimônio histórico, proporcionando-nos a sensação de viver aquela época ao transitar pelas suas ruas. Vale citar que a independência do Brasil foi proclamada em 7 de setembro de 1822.
E foi em agosto de 2017 que, mais uma vez, voltei a visitar esta cidade histórica do litoral do Rio de Janeiro, tirando dezenas de fotografias que compartilho com vocês nesta e em outras postagens com ligações aqui e a contar um pouco da sua história.
Fotografia e edição de/photos & edition by Rogério P D Luz
A história de Paraty (Fonte: Prefeitura de Paraty )
A data de fundação de Paraty diverge de historiador para historiador. Uns falam que em 1540/1560 já havia um núcleo devotado a São Roque no Morro da Vila Velha (hoje Morro do Forte); outros, de 1597, quando Martim Corrêa de Sá empreende uma expedição contra os índios Guaianás do Vale do Paraíba; alguns outros, de 1600, quando havia um povoamento de paulistas da Capitania de São Vicente; e alguns mais, 1606, quando da chegada dos primeiros sesmeiros da Capitania de Itanhahém que, acredita-se, venha a ser a origem do povoamento como, grosso modo, foi o sistema de Capitanias Hereditárias à base da exploração dos bens naturais, defesa e fixação do homem à terra no Brasil.
De todo modo, pode-se afirmar que, no início do século XVII, além dos índios guaianases, já havia um crescente grupo de “paratianos” estabelecidos por aqui.
Veja também:
Por volta de 1640 o núcleo chamado Paratii foi transferido para onde hoje se situa o centro histórico, em “légua e meia de terra entre os rios Paratiguaçu (hoje Perequê-Açu) e Patitiba” doadas por Maria Jácome de Mello. Esta, ao fazer a doação, teria imposto duas condições: que a nova capela fosse feita em devoção a Nossa Senhora dos Remédios e que se guardasse a segurança dos gentios guaianases.
Em 1660, o florescente povoado se rebela exigindo a separação de Angra dos Reis e elevação à categoria de Vila. Surgia em 1667 a Villa de Nossa Senhora dos Remédios de Paratii. Convém salientar que Paraty foi a primeira cidade brasileira a ter sua autonomia política decidida por escolha popular.
Decaindo a extração e exportação do ouro, em meados do século XVIII, Paraty vai perdendo importância.
Com o ciclo do café, a partir do século XIX, a cidade revive, temporariamente, seus prósperos dias de glórias coloniais. A produção de pinga e derivados da cana também ajudou na economia local. Foi nesta época que Paraty virou sinônimo de pinga. No século XVIII, a cidade chegou a ter mais de 200 engenhos de pinga e casas de moenda.
Em 1870, devido à abertura de um novo caminho – desta feita ferroviário – entre Rio e São Paulo, através do Vale do Paraíba, a antiga trilha de burros pela Serra do Mar perdeu sua função, afetando de forma intensa a atividade econômica de Paraty como um todo.
Um segundo fator de decadência do comércio e da cidade foi a Abolição da Escravatura em 1888, causando um êxodo tal que, dos 16.000 habitantes existentes em 1851, restaram, no final do século XIX, apenas “600 velhos, mulheres e crianças” isolando Paraty definitivamente do país por décadas.
Enquanto abriam-se estradas pelo resto do país, continuava se chegando a Paraty como na época Colonial: de barco, vindo de Angra dos Reis ou, a partir de 1950, por terra, via Cunha, em estrada que só comportava movimento quando não chovia e que aproveitava em parte o trecho da velha estrada do ouro e do café.
Este isolamento involuntário foi, paradoxalmente, o que preservou não só a estrutura arquitetônica urbana da cidade como também seus usos e costumes (P.M. de Paraty).
Outras fontes de consulta para os textos abaixo: Wikipédia e Paraty Virtual-Guia
Caminhar por essas calçadas de pedras irregulares exige atenção e cautela. Dizem que foram assim feitas para que os transeuntes não olhassem para dentro das casas e prestassem atenção para dar o próximo passo.
A população de Paraty beira a 40mil habitantes (IBGE-2014) e tem uma área de 928,467 km2.
Topônimo: O tupinólogo Eduardo de Almeida Navarro aponta, para o topônimo “Paraty”, a etimologia tupi antiga parati’y, com o significado de “rio dos paratis”, pela junção de parati (parati) e ‘y (rio). “Parati” é tanto uma espécie de peixe da família dos mugilídeosquanto uma variedade de mandioca.
Em vez de Parati, a Prefeitura Municipal decidiu-se por usar a grafia Paraty, incorreta segundo a ortografia vigente. O gentílico, porém, escreve-se com “i”: seus habitantes são denominados paratienses. (Wikipédia)
A cidade foi, durante o período colonial brasileiro (1530-1815), sede do mais importante porto exportador de ouro do Brasil. Hoje abriga grande parte de embarcações destinadas a passeios turísticos e pesca.
Por estar localizada quase ao nível do mar, a cidade foi projetada levando em conta o fluxo das marés. Como resultado, muitas de suas ruas são periodicamente inundadas pela maré, tanto que foram projetadas em forma de canal para ajudar no escoamento da água. Os turistas, principalmente europeus, se divertem a atravessar as ruas alagadas, tanto que Paraty é tida como a Veneza brasileira.
Paraty é tombada pelo Iphan – Instituto do Patrimônio Histórico Nacional, porém ainda não tem o reconhecimento pela UNESCO como Patrimônio Mundial, ou Patrimônio da Humanidade (posição em setembro de 2017), tanto que foram investidos milhões (números informados pela imprensa foi de R$ 35milhões) de reais em obras de saneamento básico por meio de parceria público-privada. E fica a expectativa, por sinal, otimista.
O Rio Perequê-Açu divide Paraty e tem a nascente no Parque Nacional da Serra da Bocaina.
Igreja Matriz de Nossa Senhora dos Remédios
As igrejas de Paraty foram construídas com pedras trazidas de Portugal. No seu lugar, os barcos que as utilizavam como lastro, na viagem de volta, carregavam ouro e especiarias brasleiras.
A Igreja de Santa Rita de Cássia foi transformada em museu de arte sacra.
Os turistas podem contratar charretes para passeio por Paraty.
Ainda se pode ver muitas casas e sobrados com as janelas e portas pintadas de branco e azul-hortência que é símbolo da maçonaria que predominou em Paraty, tal como Óbidos em Portugal. Na foto acima, a Casa de Cultura cujo prédio original data de 1754 sofrendo depois várias reformas.
Igreja Nossa Senhora das Dores foi erguida em 1800 por iniciativa de senhoras da aristocracia da cidade.
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
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