Publicada no livro do poeta macaense José dos Santos Ferreira “Adé” – Macau Jardim Abençoado – a poesia Cidádi di Nómi Sánto em patuá, dialeto de Macau, traz a tradução para português feita pelo autor, o que ajudará a compreensão daqueles que pouco ou nada o conhecem.
O dialeto dos tempos em que Macau era território português tem a pretensão de alcançar, por final, o reconhecimento como Patrimônio Cultural Imaterial pela UNESCO na forma de “teatro em patuá”, pois como do território já o obteve e espera que também seja reconhecido pela China, já que em 1999, Macau foi devolvida à nação chinesa.
Cidádi di Nómi Sánto / Cidade de Nome Santo
poesia de José dos Santos Ferreira (Adé)
1 – Nôsso Macau, nómi sánto, / Nossa Macau de nome santo
Vosôtro olá! / Vede, vede todos bem
Qui ramendá unga jardim; / parece um jardim
Fula fresco na tudo cánto / Por todos os cantos flores frescas
Sã pa ispantá. / É de pasmar
Sai semeado, nom têm fim. / Saem plantadas sem fim
2 – Gente di Macau, na passado, / Gente de Macau, no passado
Co tánto lágri já regá / Com lágrimas amargas regou
Su fula cheroso; abençoado, / Suas perfumadas flores, abençoadas
Qui Dios já ajudá semeá. / Que Deus ajudou a plantar
Na mundo assi transtornado. / Num mundo tão perturbado
Sã fazê triste coraçám / É de entristecer corações
Olá gente faltá cuidado, / Ver gente descuidada
Dessá fula muchá na chám. / Deixá-las murchar no chão
3 – Macau, masquí chám pequinino, / Macau, embora torrão pequeno
Vosôtro pôde crê. / Podeis todos crer
Sã unga grándi casa cristám. / É uma grande casa cristã
Alumiado pa luz divino, / Iluminada por luz divina
Inchido di fé, / Cheia de fé
Co amor na coraçám. / Com amor no coração
4 – Fé co amor juntado / Fé cristã e amor juntos
Sã ancuza qui Dios más querê, / São sentimentos que mais agradam a Deus
Macau quirido, abençoado, / Macau querida, abençoada
Ne-bom, ne-bom disparecê! / Não pereças, não!
Vôs têm nga obra começado, / Tens uma obra começada
Qui mundo cristám conhecê, / Que o mundo cristão conhece
Cidádi di nómi sagrado, / Cidade de nome sagrado
Vôs nom-pode disparecê! / Tu não podes perecer
(Dezembro de 1986)
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
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