Ao entrar na Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, confesso, fiquei de boca aberta! Pensei “impossível existir uma igreja com tamanha beleza e riqueza” mas ela estava aí diante dos meus olhos e da minha máquina fotográfica. Por momentos só restava sentar e contemplá-la! Há tantos e tantos detalhes que difícil dizer o que fotografar, a não ser dar o máximo de cliques possível para todas as direções.
A cidade do Rio de Janeiro é mais conhecida pelas suas praias, os desfiles de carnaval, algumas importantes atrações turísticas como o Pão de Açúcar e o Corcovado, sem falar na beleza e sensualidade feminina, mas poucos falam das suas igrejas e museus históricos, tamanha cultura desde os tempos da monarquia portuguesa. Esta igreja católica é o exemplo deste desconhecimento público por falta de divulgação, atenção e apoio das administrações públicas à cultura e história nacional. Uma tristeza!
Nesta postagem falarei da Igreja da Ordem Terceira e noutra do seu museu e da igreja vizinha, colado nela, a de Santo Antônio.
(Fotografia de/photos by Rogério P D Luz)
Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência
texto da enciclopédia livre Wikipédia
A Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência é uma igreja colonial localizada junto ao Convento de Santo Antônio, no morro do mesmo nome, no centro da cidade do Rio de Janeiro. Pela sua decoração barroca exuberante, é considerada uma das mais importantes da cidade e do país.
Histórico e descrição
Os frades da Ordem dos Terceiros de São Francisco se instalaram no Rio de Janeiro em 1619, ocupando uma capela dentro da igreja do convento franciscano de Santo Antônio, localizado no alto de um morro (o Morro de Santo Antônio). Na metade do século XVII, o convento franciscano lhes doou um terreno ao lado da igreja do convento para que construíssem aí seu próprio templo. A Igreja de São Francisco da Penitência foi construída, com interrupções, entre 1657 e 1733.
Além da igreja, a Ordem construiu no século XVIII um hospital (Hospital de São Francisco da Penitência) no largo em frente ao morro (o Largo da Carioca). No início do século XX, durante as reformas promovidas pelo prefeito Pereira Passos, o hospital foi transferido para a Tijuca e o edifício demolido.
Fachada
A fachada da igreja, de aparência pouco comum para um edifício religioso, está dividida em três corpos, cada um com um portal, dois janelões e telhado independente. Os portais são de pedra de lioz e foram trazidos de Portugal. O corpo central tem um portal mais elaborado, com cunhais torcidos, caracteristicamente barrocos, e um medalhão com o brasão da ordem. O frontão do corpo central é ondulado e possui um óculo.
Interior
O interior da Igreja de São Francisco da Penitência é simples na sua planta (retangular com uma nave) mas excepcional na unidade de estilo e qualidade da talha dourada dos altares e paredes, que cobrem toda a superfície disponível, e da pintura do forro de madeira do teto. A obra de talha é obra dos portugueses Manuel de Brito e Francisco Xavier de Brito, que trabalharam na igreja no período entre 1726 e 1743. A talha é joanina, típica da época de D. João V. Mais tarde, Francisco Xavier de Brito mudou-se para Minas Gerais e decorou com talha também em estilo joanino partes da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar de Vila Rica (Ouro Preto), que viria a influenciar enormemente o estilo joanino na capitania de Minas Gerais.
No corpo esquerdo da igreja se encontra a Capela da Conceição, conectada à igreja do convento vizinho, e também decorada com exuberante talha dourada.
A decoração da igreja é completada pela belíssima pintura do teto de madeira, retratando a Glorificação de São Francisco, executada pelo pintor português Caetano da Costa Coelho entre 1736 e 1741 em estilo ilusionista barroco.O mesmo Caetano da Costa Coelho, após este trabalho iria fazer o douramento da talha no Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro no ano de 1742.A pintura do teto dessa igreja é a primeira que simula a perspectiva no Brasil, técnica que seria depois muito usada em tempos coloniais em Minas Gerais, Pernambuco e Bahia. Caetano da Costa também dourou a talha da igreja e executou os painéis laterais da capela-mor.
Museu
Junto com a igreja do Mosteiro de São Bento, a Igreja de São Francisco da Penitência é o principal mostruário de arte total barroca no Rio de Janeiro. Atualmente a igreja funciona como Museu de Arte Sacra, merecendo ser visitado junto com o vizinho Convento de Santo Antônio (veja noutra postagem).
Isabel de Aragão nasceu no palácio de Aljaferia, na cidade de Saragoça, onde reinava o seu avô paterno D. Jaime I. Era filha de D. Pedro, futuro D. Pedro III, e de D. Constança de Navarra. A princesa recebeu o nome de Isabel por desejo de sua mãe em recordação de sua tia Santa Isabel da Hungria, duquesa de Turíngia. O seu nascimento veio acabar com as discórdias na corte de Aragão, pelo que o seu avô lhe chamava “rosa da casa de Aragão”.As virtudes da sua tia-avó viriam a servir-lhe de modelo e desde muito nova começou a mostrar gosto pela meditação, rezas e jejum, não a atraindo os divertimentos comuns das raparigas da sua idade. Isabel não gostava de música, passeios, nem jóias e enfeites, vestia-se sempre com simplicidade.
A infanta D. Isabel tornara-se conhecida em beleza discrição e santidades. As suas virtudes levaram muitos príncipes apresentavam-se a D. Pedro como pretendentes à mão da sua admirável filha. Os pais escolheram o mais próximo, D. Dinis, herdeiro do trono de Portugal, que era também o mais dotado de qualidades. Isabel estava mais inclinada a encerrar-se num convento, no entanto, como era submissa, viu no pedido dos pais, a vontade do céu. Foram assinadas a 11 de Fevereiro de 1282 as bases do contrato de casamento, e o matrimónio realizou-se na vila de Trancoso, no dia de S. João Baptista de 1282. Nos primeiros tempos de casada acompanhava o marido nas suas deslocações pelo país e com a sua bondade conquistou a simpatia do povo. Dava dotes a raparigas pobres e educava os filhos de cavaleiros sem fortuna. Isabel deu ao rei dois filhos: Constância, futura rainha de Castela e Afonso, herdeiro do trono de Portugal. As numerosas aventuras extraconjugais do marido humilhavam-na profundamente. Mas Isabel mostrava-se magnânima no perdão criando com os seus também os filhos ilegítimos de Dinis, aos quais reservava igual afecto.
Entre seus familiares, constantemente em luta, desempenhou obra de pacificadora, merecendo justamente o apelido de anjo da paz. Desempenhou sempre o papel de medianeira entre o rei e o seu irmão D Afonso, bem como entre o rei e o príncipe herdeiro. Por sua intervenção foi assinada a paz em 1322. A sua vida será marcada por quatro virtudes fundamentais: a piedade, a caridade, a humildade e a inquietude pela paz. Tornou-se uma mulher de grande piedade conservando em sua vida a prática da oração e a meditação da Palavra de Deus. Buscou sempre a reconciliação e a paz entre as pessoas, as famílias e até entre nações. D. Isabel costumava dizer “Deus tornou-me rainha para me dar meios de fazer esmolas.” Sempre que saía do paço era seguida por pobres e andrajosos a quem sempre ajudava. Após a morte de seu marido, entregou-se inteiramente às obras assistenciais que havia fundado, não podendo vestir o hábito das clarissas e professar os votos no mosteiro que ela mesma havia fundado, fez-se terciária franciscana, após ter deposto a coroa real no santuário de São Tiago de Compostela e haver dado seus bens pessoais aos necessitados. Fixou residência em Coimbra, junto ao convento de Santa Clara, nos Paços de Santa Ana, de que faria doação ao convento. Mandou edificar o hospital de Coimbra junto à sua residência, o de Santarém e o de Leiria para receber enjeitados.
Viveu uma profunda caridade sendo sempre sensível às necessidades dos pobres e excluídos. Viveu o resto da vida em pobreza voluntária, dedicada aos exercícios de piedade e de mortificações.
Isabel faleceu a 4 de Julho de 1336, deixando em testamento grandes legados a hospitais e conventos. O povo criou à sua volta uma lenda de santidade, atribuindo-lhe diversos milagres e a santa foi canonizada em 1625. Foram atribuídos muitos milagres, como a cura da sua dama de companhia e de diversos leprosos. Diz-se também que fez com que uma pobre criança cega começasse a ver e que curou numa só noite os graves ferimentos de um criado. No entanto o mais conhecido é o milagre das rosas.
Reza a lenda que, durante o cerco de Lisboa, D. Isabel estava a distribuir moedas de prata para socorrer os necessitados da zona de Alvalade, quando o marido apareceu. O rei perguntou-lhe: “O que levais aí, Senhora?” Ao que ela, com receio de desgostar a D. Dinis, e, como que inspirada pelo céu respondeu: “ Levo rosas, senhor…” E, abrindo o manto, perante o olhar atônito do Rei D. Dinis , não se viram nem moedas nem pão,mas sim rosas encarnadas e frescas.
Santa Rosa de Viterbo, a padroeira da Jufra, nasceu no ano 1233, em Viterbo, Itália tem sua festa litúrgica no dia 06 de março (Dia Nacional da Jufra), mas também pode ser comemorada no dia 04 de setembro, dia do seu translado para o mosteiro de Clarissa de Santa Rosa de Viterbo.
Contam-se muitas histórias sobre Santa Rosa de Viterbo, cuja biografia é repleta de milagres; no entanto, pouco se sabe de oficial. Entre as histórias mais conhecidas está o milagre de aos 3 anos de idade ressuscitar sua tia materna. No lugar das brincadeiras próprias da idade, Rosa passava seu tempo em oração diante das imagens de santos, especialmente de Nossa Senhora, falando de Deus, sempre descalça e com os cabelos despenteados. Aos 7 anos já vivia como reclusa e fazia penitência, a qual amava profundamente. Nesta época adoeceu gravemente e foi miraculosamente curada, após uma visão da Virgem Maria, que lhe pedira para visitar três igrejas e pedir sua admissão na Ordem da Penitência de São Francisco – hoje chamada de Ordem Franciscana Secular. Assim feito, Rosa percorreu esse caminho, com a superiora da Ordem, já convidando todos que encontrava a se penitenciarem com ela. Conta-se que muitos a acompanharam, convertendo-se a Deus. No ano de 1247, com o imperador Frederico II, a cidade de Viterbo estava nas mãos de hereges, quando em oração Rosa teve uma visão do crucificado e seu coração ardeu em chamas. Rosa não se conteve, saiu pelas ruas para pregar com um crucifixo nas mãos. A notícia correu toda cidade e vários hereges se converteram.
Ela desejava entrar para o Monastério de Santa Maria das Rosas (Clarissas Pobres), mas foi recusada. Faleceu em 6 de março de 1252 de causas naturais. Em 1457 o Papa Alexandre IV ordenou que ela fosse enterrada no Convento que a recusara. Sua festa em Viterbo é celebrada também no dia 4 de setembro quando o seu corpo (ainda incorrupto) foi carregado em procissão festiva para Viterbo.
Curiosamente, a canonização de Rosa nunca foi oficializada. Mas também nunca foi negada pelo Papa e pela Igreja. Podemos dizer que ela, desde o momento de sua morte, foi canonizada pelo povo. É padroeira das pessoas exiladas, pessoas rejeitadas pelas ordens religiosas, e da cidade de Viterbo, Itália.
Em setembro de 1929, o Papa Pio XI, declarou Santa Rosa de Viterbo à padroeira da Juventude Feminina da Ação Católica Italiana. Desde o início da história da Jufra do Brasil, escolheu-se Santa Rosa de Viterbo como sua padroeira.
Fonte: “Santos Franciscanos para cada dia”, Ed. Porziuncola (texto do site do Museu Sacro Franciscano)
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
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Páginas digitalizadas do Anuário de Macau, Ano de 1962, o que aparentemente foi o último da série, ficamos aqui a conhecer quem eram as pessoas que ocuparam cargos no – Governo da Província e Repartições Públicas. Mesmo passados mais de 60 anos, agora que estamos na década com início em 2020, muitos nomes ainda estão […]
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