Cronicas Macaenses

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São Paulo: Museu do Tribunal de Justiça, ou, o Castelinho da Liberdade

Museu do Tribunal de Justiça, também chamado de Palacete Conde de Sarzedas, ou, conhecido como o Castelinho da Liberdade

Um museu pouco divulgado, nem sempre aparece nos guias turísticos de São Paulo, até diria que poucos paulistanos o conhecem, como eu, até que o descobri quando passeava pela região da Praça João Mendes, no centro velho e histórico da cidade. Fica na Rua Conde de Sarzedas, uma via que liga a Baixada do Glicério à Rua Conselheiro Furtado, quase já no Largo Sete de Setembro, ao lado da Praça João Mendes.  Aliás pensei que toda a praça era só João Mendes.

Quando percebi que aquele casarão, cuja construção parecia mesmo um mini-castelo com algum estilo árabe era um museu, não hesitei em fazer uma visita, ainda mais que estava com uma máquina fotográfica compacta Canon A-620, já meio antiga mas ainda funcionando.  Uma surpresa agradável ver um espaço tão bem organizado, limpo e bem conservado, ao lado de um edifício moderno todo envidraçado, que oferecia um belo contraste do moderno e o antigo.  Contribuía para uma boa fotografia, o céu azul com algumas nuvens que eram refletidas pelos vidros do prédio.

Vale uma visita, recomendo! Então vou lhes apresentar o Museu do Tribunal de Justiça com os históricos coletados do seu site:

A rua Conde de Sarzedas, assim como a rua Conselheiro Furtado, foi aberta nas terras (uma chácara) de Dona Anna Maria de Almeida Lorena, neta de D. Bernardo José de Lorena, governador da capitania de São Paulo entre 1788 e 1797 e 5º Conde de Sarzedas[2]. Ela aparece nos mapas pela primeira vez na Planta Geral da Capital de São Paulo, de autoria de Gomes Cardim – com o mesmo traçado atual – não aparecendo nas plantas anteriores, como a de Jules Martin, de 1890 (Wikipedia)

MUSEU DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Palacete Conde de Sarzedas / Castelinho da Liberdade

Em fins do século XIX, a região conhecida hoje como o bairro da Liberdade foi ocupada de fato. Dentre as herdades tradicionais que ali existiam, estava a Chácara Tabatinguera, propriedade de Dona Anna Maria de Almeida Lorena. Ela era neta de D. Bernardo José de Lorena, governador da capitania de São Paulo entre 1788 e 1797, vice-rei da Índia entre 1806 e 1816, e 5º Conde de Sarzedas, título nobiliárquico criado em 1630 pelo rei Felipe IV de Espanha. Anteriormente a chácara havia pertencido ao pai dela, D. Francisco de Assis Lorena, filho de D. Bernardo.

Foi Dona Anna quem mandou abrir, em suas terras, ruas como a Conselheiro Furtado e Conde de Sarzedas, além de mandar construir a Capela de Santa Luzia que, após a sua morte, em 1903, foi doada pelos herdeiros à Cúria Metropolitana.

Seu sobrinho, Luiz de Lorena Rodrigues Ferreira, filho de Dona Leonor Andromeda de Almeida Lorena, deputado por São Paulo, foi quem mandou construir o Palacete, provavelmente entre os anos de 1891 e 1895. Ele, que não herdou o título por descender do Conde por linhagem materna, já com 60 anos de idade apaixonou-se por Marie Louise Belanger, uma francesa de 18 anos. Casou-se com ela e a trouxe para viver no Palacete. Daí teria surgido o apelido “Castelinho do Amor” que se arraigou pela vizinhança. A localização, no topo de uma colina, não podia ser mais privilegiada: permitia que se avistasse todo o vale do Tamanduateí e que fosse de lá visto.

Após a morte do proprietário, sua esposa, filho e nora ainda permaneceram no local até 1939. A partir daí o Palacete passou a ser ocupado por diversos locatários e, precariamente conservado, entrou em processo de arruinamento.

Quando a Fundação Carlos Chagas, atual proprietária do terreno, procurou o arquiteto Ruy Ohtake para projetar a construção do edifício que hoje abriga os Gabinetes dos Desembargadores de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo (Edifício Nove de Julho), o arquiteto Samuel Kruchin assumiu as pesquisas para o restauro do antigo casarão. Em 2001 foi aberto o processo de tombamento e, por meio da Resolução nº 15/2002, o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo – CONPRESP – tombou a edificação conhecida como Palacete Conde de Sarzedas. Nesse local histórico está instalado agora o Museu e Centro Cultural do Tribunal de Justiça de São Paulo.

Vamos entrar?

Apresentação

O Museu do Tribunal de Justiça foi criado, inicialmente, com o propósito de preservar os elementos materiais relacionados à vida e às tradições do Tribunal de Justiça. Inaugurado no dia 1º de fevereiro de 1995, este setor cultural designava os locais adequados ao seu uso e exposição, bem como à sua preservação e segurança.

O objetivo do museu, além de servir de espaço cultural e realizar exposições temporárias, é preservar para as novas gerações a história e os objetos ligados à evolução do poder judiciário paulista, sem esquecer os eminentes vultos do passado que marcaram época desde a implantação do ‘Tribunal da Relação’, em fevereiro de 1874, na então Província de São Paulo.

O museu realiza exposições temporárias, no “Salão dos Passos Perdidos”, um dos mais belos ambientes arquitetônicos do Palácio da Justiça, edifício imponente localizado na Praça da Sé.

Belos vitrais decoram o palacete

Visitação Monitorada

O Museu do Tribunal pode ser visitado individualmente, por grupos de visitantes e estudantes, nos dias úteis, das 10h00 às 17h00. As visitas para grupos deverão ser agendadas antecipadamente, pois serão acompanhadas por monitores.

Para agendamento entrar em contato pelos telefones: (0XX11) 3295-5819 / 5816 / 5815

fonte: http://www.tjsp.jus.br/Institucional/Museu/Default.aspx

Vestes de juízes estão expostos

São dois pisos e um mirante, que infelizmente estava em reforma e não pude visitá-lo

Da sala principal segue-se para a escada, em uma única pilastra, que dá acesso ao andar superior e a um mirante. De lá, ainda é possível avistar a Catedral da Sé e a Várzea do Carmo, denunciando a localização privilegiada. Certos detalhes permitem imaginar que o escritório de Ramos de Azevedo teve alguma participação na obra. (http://www.gw3mn.com.br)

Os detalhes internos dão pistas de que o local teve certo prestígio na capital na virada para o século 20. Cada uma das salas, entre as várias espalhadas por quase mil m², tem cores e decoração de paredes próprias. Desenhos de flores em cores vibrantes, ladrilhos hidráulicos decorados e ornamentos de madeira compõem os ambientes.(http://www.gw3mn.com.br/)

O Castelinho com o céu de vidro ao fundo.
Em fins do século 19, a região conhecida hoje como o bairro da Liberdade foi ocupada de fato. Dentre as propriedades tradicionais que ali existiam, uma sempre se destacou: Tombado pelo patrimônio histórico municipal, o “Castelinho” localizado na rua Conde de Sarzedas, nº 100 – Centro de São Paulo, há pouco tempo, estava para ser demolido e, se não fosse por uma técnica do Departamento do Patrimônio Histórico, que acabara de entrar no DPH e solicitou o tombamento do imóvel assim que ficou sabendo da intenção de derrubá-lo, nós não estaríamos aqui hoje escrevendo esta matéria. Essa técnica tentou também salvar um belo conjunto de sobrados que ficava do lado do palacete, mas esses não tiveram a mesma sorte.(http://www.gw3mn.com.br)

Edifício Conde de Sarzedas (ao fundo) – Idealizado pela Fundação Carlos Chagas para ser o novo espaço do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo tem 29.400m² de área construída, num terreno 2.388,00m². Sua altura total é de 109,00 m (do piso do 4° Subsolo à Cobertura da Casa de Máquinas); A Área do Pavimento Tipo é de 881,00m²; Os 4 Subsolos destinados a pisos para garagens abrigam um total de 260 veículos em suas vagas. Sua fachada em pele de vidro tem formas côncavas e convexas. Na face curva, os vidros são azuis, enquanto nas outras uma combinação de tons define uma marcação horizontal: opacos na frente de laje, fumê no vão-luz e azul no peitoril. No total, foram usados 11.750m² de vidros laminados para a obra. Com 106 metros de altura, lajes em balanço, pilares de transição, fachadas curvas e retas e parede-diafragma, o prédio enfrentou, na construção, grandes desafios e elevado grau de complexidade.
Sem o Castelinho, o edifício Conde de Sarzeda seria apenas mais um aranha-céu perdido e anônimo entre milhares de outros, na capital paulista.(http://www.gw3mn.com.br

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Rogério P. D. Luz, macaense-português de Macau, ex-território português na China, radicado no Brasil por mais de 40 anos. Autor dos sites Projecto Memória Macaense e ImagensDaLuz.

Sobre

O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.

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