Um museu pouco divulgado, nem sempre aparece nos guias turísticos de São Paulo, até diria que poucos paulistanos o conhecem, como eu, até que o descobri quando passeava pela região da Praça João Mendes, no centro velho e histórico da cidade. Fica na Rua Conde de Sarzedas, uma via que liga a Baixada do Glicério à Rua Conselheiro Furtado, quase já no Largo Sete de Setembro, ao lado da Praça João Mendes. Aliás pensei que toda a praça era só João Mendes.
Quando percebi que aquele casarão, cuja construção parecia mesmo um mini-castelo com algum estilo árabe era um museu, não hesitei em fazer uma visita, ainda mais que estava com uma máquina fotográfica compacta Canon A-620, já meio antiga mas ainda funcionando. Uma surpresa agradável ver um espaço tão bem organizado, limpo e bem conservado, ao lado de um edifício moderno todo envidraçado, que oferecia um belo contraste do moderno e o antigo. Contribuía para uma boa fotografia, o céu azul com algumas nuvens que eram refletidas pelos vidros do prédio.
Vale uma visita, recomendo! Então vou lhes apresentar o Museu do Tribunal de Justiça com os históricos coletados do seu site:
MUSEU DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Palacete Conde de Sarzedas / Castelinho da Liberdade
Em fins do século XIX, a região conhecida hoje como o bairro da Liberdade foi ocupada de fato. Dentre as herdades tradicionais que ali existiam, estava a Chácara Tabatinguera, propriedade de Dona Anna Maria de Almeida Lorena. Ela era neta de D. Bernardo José de Lorena, governador da capitania de São Paulo entre 1788 e 1797, vice-rei da Índia entre 1806 e 1816, e 5º Conde de Sarzedas, título nobiliárquico criado em 1630 pelo rei Felipe IV de Espanha. Anteriormente a chácara havia pertencido ao pai dela, D. Francisco de Assis Lorena, filho de D. Bernardo.
Foi Dona Anna quem mandou abrir, em suas terras, ruas como a Conselheiro Furtado e Conde de Sarzedas, além de mandar construir a Capela de Santa Luzia que, após a sua morte, em 1903, foi doada pelos herdeiros à Cúria Metropolitana.
Seu sobrinho, Luiz de Lorena Rodrigues Ferreira, filho de Dona Leonor Andromeda de Almeida Lorena, deputado por São Paulo, foi quem mandou construir o Palacete, provavelmente entre os anos de 1891 e 1895. Ele, que não herdou o título por descender do Conde por linhagem materna, já com 60 anos de idade apaixonou-se por Marie Louise Belanger, uma francesa de 18 anos. Casou-se com ela e a trouxe para viver no Palacete. Daí teria surgido o apelido “Castelinho do Amor” que se arraigou pela vizinhança. A localização, no topo de uma colina, não podia ser mais privilegiada: permitia que se avistasse todo o vale do Tamanduateí e que fosse de lá visto.
Após a morte do proprietário, sua esposa, filho e nora ainda permaneceram no local até 1939. A partir daí o Palacete passou a ser ocupado por diversos locatários e, precariamente conservado, entrou em processo de arruinamento.
Quando a Fundação Carlos Chagas, atual proprietária do terreno, procurou o arquiteto Ruy Ohtake para projetar a construção do edifício que hoje abriga os Gabinetes dos Desembargadores de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo (Edifício Nove de Julho), o arquiteto Samuel Kruchin assumiu as pesquisas para o restauro do antigo casarão. Em 2001 foi aberto o processo de tombamento e, por meio da Resolução nº 15/2002, o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo – CONPRESP – tombou a edificação conhecida como Palacete Conde de Sarzedas. Nesse local histórico está instalado agora o Museu e Centro Cultural do Tribunal de Justiça de São Paulo.
Apresentação
O Museu do Tribunal de Justiça foi criado, inicialmente, com o propósito de preservar os elementos materiais relacionados à vida e às tradições do Tribunal de Justiça. Inaugurado no dia 1º de fevereiro de 1995, este setor cultural designava os locais adequados ao seu uso e exposição, bem como à sua preservação e segurança.
O objetivo do museu, além de servir de espaço cultural e realizar exposições temporárias, é preservar para as novas gerações a história e os objetos ligados à evolução do poder judiciário paulista, sem esquecer os eminentes vultos do passado que marcaram época desde a implantação do ‘Tribunal da Relação’, em fevereiro de 1874, na então Província de São Paulo.
O museu realiza exposições temporárias, no “Salão dos Passos Perdidos”, um dos mais belos ambientes arquitetônicos do Palácio da Justiça, edifício imponente localizado na Praça da Sé.
Visitação Monitorada
O Museu do Tribunal pode ser visitado individualmente, por grupos de visitantes e estudantes, nos dias úteis, das 10h00 às 17h00. As visitas para grupos deverão ser agendadas antecipadamente, pois serão acompanhadas por monitores.
Para agendamento entrar em contato pelos telefones: (0XX11) 3295-5819 / 5816 / 5815
fonte: http://www.tjsp.jus.br/Institucional/Museu/Default.aspx
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
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Não poderia este blogue deixar de fazer mais um registo histórico de uma tradição mantida na Macau do ano de 2023, hoje, território da República Popular da China. Assim, o nosso colaborador, Manuel V. Basílio, macaense residente em Macau, nos dá o relato, com fotos, sobre a procissão de Nossa Senhora de Fátima realizada no […]
No Anuário de Macau do ano de 1962, nas páginas finais, vários anúncios publicitários encontravam-se publicados, os quais, reproduzimos abaixo para matar as saudades de quem viveu aquela época de ouro, ou então, para curiosidade daqueles que possam se interessar em conhecer, um pouco mais, aquela Macau de vida simples, sem modernidade, mas, mais humana.
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