Cronicas Macaenses

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Sales Marques garante prioridade para continuação dos Encontros

Sales Marques encontro 2013

José Luís Sales Marques (2013).Foto: Jornal Tribuna de Macau

Aqui no Brasil ainda é sexta-feira, porém em Macau, já é o dia do início das atividades do Encontro das Comunidades Macaenses Macau 2013.  No Jornal Tribuna de Macau (JTM), o jornal oficial do Encontro, tem como manchete num artigo ““Continuação dos Encontros será sempre prioridade”. José Luís de Sales Marques no comando da Comissão Organizadora da edição de 2013, estabelece esta como suas prioridades, quando está em vias de assumir a presidência do Conselho Permanente do Conselho das Comunidades Macaenses, na reunião com eleições que irão decorrer na próxima semana. Historicamente, mesmo ainda não eleito, “já está eleito”.

Pelo menos é um alívio ver o Sales Marques a dar esta garantia como uma das suas metas de trabalho no novo cargo, embora sabe-se que, apesar de toda a sua boa vontade, bem como do atual presidente José Manuel Rodrigues, tudo acaba dependendo mais da boa vontade de quem libera o dinheiro para subsidiar os Encontros.  Até poucos meses atrás, circulava pelos e-mails repassados na internet, inclusive de fontes dignas de crédito, que não se sabia se iria acontecer esta edição de 2013.  O motivo: “dinheiro”.  Pelo que se pareceu na época, não tinha sido liberado ou confirmada a sua liberação.  Às vezes, infelizmente em Macau, há essa mania das coisas na “última hora”. Sem querer criticar coisa nenhuma, mas um evento tal como esse exige um planejamento (planeamento) prévio, tanto para os romeiros da diáspora bem como para a sua organização pelos responsáveis da árdua tarefa.

Sales Marques é um velho conhecido dos Encontros e cá para a gente de São Paulo, quando esteve na capital paulista no ano 2000 na condição de Presidente da Câmara Municipal Provisória de Macau.  Provisória pois já tinha decorrido a transição de Macau para a China e seria substituído pelo atual Chefe do Executivo. Veio para assinatura do acordo de geminação de cidades ou “cidades-irmãs” entre Macau e São Paulo.  Na prática, após todo o cerimonial, o acordo em nada resultou: nenhuma atividade.  Ficou tudo só no papel.  Quem sabe o Sales Marques no novo posto possa fazer valer todo esse trabalho que teve na época?

Da Comissão Organizadora do 1º Encontro em 1993, Sales Marques é o único da lista que ainda participa da organização, e é digno de destaque que, após 20 anos, venha a assumir, desta vez, como o comandante da 8ª edição. Veja quem eram os personagens:

1.” ENCONTRO DAS COMUNIDADES MACAENSES

Comissão Organizadora

Presidente

Comendador Joaquim Morais Alves

Dr. João Carlos Morgado Godinho Dinis

Dr. João Manuel Fernandes de Amorim

Dr. Lourenço Maria da Conceição

Dr. Henrique Miguel Rodrigues Senna Fernandes

Juliana Isabel da Costa de Senna Fernandes

Dr. José Luís de Sales Marques

Dra. Maria Helena Mota Vale

Armando Dias Ferreira

Comissão nomeada por Despacho n.a 35/GM/93

de S. Ex.s o Governador de Macau

em 5 de Junho de 1993

Sales Marques é o 1º da 2ª fila da direita

Sales Marques é o 1º da 2ª fila da direita.  Na foto em destaque, Carlos Monjardino da Fundação Oriente, Gov. Vasco Rocha Vieira, Anabela Ritchie e o saudoso Morais Alves.

Diz ainda a reportagem: “o próximo presidente do Conselho Permanente do CCM salientou ainda que irá ouvir os membros do órgão que irá presidir e os representantes das Casas de Macau, com o objectivo de “saber as suas ideias e sugestões, o que pretendem para o futuro”. Entre as tantas e inúmeras ideias e sugestões que as Casas de Macau devem ter em mente, porém timidamente manifestadas nas reuniões, está a questão de subsídios.  Até ouvi de uma personalidade importante, a observação que “todos reclamam mas não tocam no assunto”.

Como se sabe, as Casas de Macau sobrevivem “não sei como”.  A de São Paulo vive de juros das suas aplicações.  Alguma ajuda que veio foi pontual e para um fim específico. Até numa gestão foi dada uma estimativa do tempo de vida para os parcos recursos, que foi objeto de um artigo meu no JTM. As mensalidades só dão para pagar a conta de luz, e “olha lá”. As festas acabam sendo subsidiadas para um custo menor aos associados, senão “poucos vão”. Dão prejuízo! Deste jeito, como então pedir ou “exigir” que as Casas de Macau sejam a rigor, uma representação de Macau ou da RAEM, se não recebem nada por este “serviço”? A rigor, isto pode até levar as associações macaenses a outras formas de procedimentos e de relacionamentos, já que são tecnicamente autônomas.

Digamos que a maior “ajuda” às Casas seja o subsídio-viagem para os Encontros e os jantares “de graça”, embora isso só beneficia uma pequena parcela dos associados ou sócios, ou membros das Comunidades Macaenses num todo.  Acredito que houve esforços nesse sentido, porém vejo que até hoje, desde a fundação do Conselho das Comunidades Macaenses em 2004, da qual pude acompanhar de perto como membro da direção da Casa de São Paulo às reuniões e até na elaboração do texto da Acta, foram infrutíferas. Lembro que a última vez que a Casa de São Paulo recebeu subsídio governamental, foi pouco antes da transição, quando a dirigente da Fundação Macau trouxe um cheque de uma significativa importância que ainda é utilizada até hoje para despesas gerais.

Por fim, quero lembrar que um dos principais idealizadores dos Encontros das Comunidades Macaenses foi o Lourenço da Conceição (Canadá), que não sei se viajou para esta edição, num gesto inicial simples de uma ideia, uma sugestão ao antigo Governo português e que depois avançou na sua organização. Desculpem-me, mas acho que ele merecia uma menção ou pelo menos uma pequena homenagem. Ouvi falar que “politicamente correto” um outro dirigente vai ser homenageado, o que não contesto de forma alguma, mas também para este macaense poderiam ser dirigidas umas palavras e alguns aplausos. (Veja depoimento do Lourenço da Conceição sobre este assunto nesta postagem: https://cronicasmacaenses.com/2013/08/01/20-anos-do-1o-encontro-das-comunidades-macaenses/)

Bom Encontro, muito sucesso, curtam bem e matem as saudades de Macau, e que Sales Marques consiga realizar seus objetivos e trabalhar para o bem das Comunidades Macaenses, e parabéns pela certa eleição ao cargo de presidente do Conselho Permanente do CCM.

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Veja duas postagens sobre os 20 anos do 1º Encontro nestes links:

https://cronicasmacaenses.com/2013/08/06/2-20-anos-do-1o-encontro-das-comunidades-macaenses-artigo-e-discursos/

https://cronicasmacaenses.com/2013/08/01/20-anos-do-1o-encontro-das-comunidades-macaenses/

Celso Pitta oferece presente da Prefeitura de São Paulo a Sales Marques

Sales Marques na assinatura do acordo de gemiação de cidades – Macau e São Paulo. Celso Pitta oferece presente da Prefeitura de São Paulo a Sales Marques

Veja as duas postagens sobre as duas visitas do Sales Marques a São Paulo:

https://cronicasmacaenses.com/2013/07/10/a-visita-de-sales-marques-em-2000-nas-memorias-da-casa-de-macau/

https://cronicasmacaenses.com/2013/07/21/macau-e-sao-paulo-cidades-irmas-isto-no-ano-2000/

Sales Marques em visita à Casa de Macau de São Paulo como Presidente da Câmara Municipal de Macau Provisório

Sales Marques em visita à Casa de Macau de São Paulo como Presidente da Câmara Municipal de Macau Provisório

* Referências do autor deste blog: Na direção da Casa de Macau de São Paulo, exerceu um mandato como diretor cultural e dois como secretário geral, e um como conselheiro consultivo. Foi vice-presidente do Conselho Permanente do CCM eleito para na 1ª gestão. É autor do site Projecto Memória Macaenses agraciado com o Prémio Identidade 2011 do Instituto Internacional de Macau. 

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Rogério P. D. Luz, macaense-português de Macau, ex-território português na China, radicado no Brasil por mais de 40 anos. Autor dos sites Projecto Memória Macaense e ImagensDaLuz.

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O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.

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