Cronicas Macaenses

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Exposição “Macau – uma história de sucesso” em Santos no litoral de São Paulo

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O recinto da exposição de fotos no Centro Português de Santos

Cumprindo uma peregrinação por vários países, como Portugal, Estados Unidos da América e o Canadá,  e pelo Brasil, a exposição comemorativa do 15º aniversário da RAEM (Região Administrativa Especial de Macau) chegou a Santos, cidade litorânea do estado de São Paulo, a 74 quilômetros da capital paulista.

Denominada de “Macau – Uma história de sucesso”, é organizada pelo IIM-Instituto Internacional de Macau com patrocínio do órgão governamental: Fundação Macau. A inauguração da mostra com 52 fotografias foi inaugurada em 15 de outubro de 2015 no Centro Português de Santos, e as imagens tiveram como tema as festas e festividades do ex-território português no sul da China. Para a finalidade, viajou ao Brasil, Jorge Rangel presidente do IIM e José Lobo Amaral .

Rangel que participara de um seminário no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo (vide postagem clicando aqui, com áudio da sua palestra que versou sobre a língua portuguesa no Extremo Oriente) recepcionou a comitiva de associados da Casa de Macau de São Paulo que viajou de São Paulo para visitar a exposição naquela data (veja também postagem do convívio). No momento, a associação macaense foi informada que receberia as fotografias como doação, podendo assim expô-las na sua sede ou promover exposições externas.

Aos visitantes foi apresentado o livro “Macau – Festas e Festividades” que contém as mesmas fotos da exposição e o mês em que são realizadas, ganhando cada um o seu exemplar.

Já na semana seguinte, no dia 22, Jorge Rangel inaugurava a mesma exposição no Rio de Janeiro contando com a participação de associados da Casa de Macau local.

Recorda-se que no 10º aniversário do estabelecimento da RAEM, também foi realizada uma mostra fotográfica, desta vez na cidade de São Paulo, assim intitulada – “Macau é um espectáculo – As artes nas ruas de Macau”.

  • Esclarecimento: para quem não saiba, em 20/12/1999, ocorreu a transição da soberania de Macau, de Portugal para a China.  Macau passou a chamar-se oficialmente de RAEM-Região Administrativa Especial de Macau.

(Fotografia de/photos by Rogério P.D. Luz – foto do grupo pela guia turístico)

-clicar nas fotos para aumentar de tamanho-

Centro Português em Santos, litoral de São Paulo, onde se realizou a exposição 

O recinto de exposição das fotografias aberto antecipadamente para visita da comitiva da Casa de Macau

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Jorge Rangel com a comitiva das Casa de Macau de São Paulo, mais o Presidente do Centro Português e José Lobo do Amaral do IIM, que viajou 74 quilômetros com o propósito de ver e prestigiar a exposição.

O livro “Macau – Festas e Festividades” edição de 2015 foi apresentado na exposição

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O folheto promocional da exposição e o texto que dele foi extraído

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Macau – Uma história de sucesso

(Transcrição do texto do folheto promocional da exposição – foto acima)

“Macau celebrou em 2014 o 15° aniversário da criação da Região Administrativa Especial, ocorrido a 20 de Dezembro de 1999. Hoje, quinze anos passados sobre a data que marcou o regresso da administração de Macau à República Popular da China, depois de uma presença portuguesa de mais de 450 anos, pensamos que teria sido impossível nessa altura imaginar as transformações que iriam ocorrer.

Em 2013, Macau superou a própria Suíça para se tornar o quarto território do mundo mais rico e a economia do território cresceu cinco vezes desde o final de 1999. Ao mesmo tempo que a economia cresceu, a população aumentou de 434 mil

habitantes, em 1999, para 614 mil, em 2014, e a área do território aumentou para 30 quilômetros quadrados no final de 2013, o que faz com que Macau seja o território com a maior densidade populacional do mundo, com mais de 20 mil pessoas por quilómetro quadrado.

De acordo com dados oficiais, o PIB da Região Administrativa Especial de Macau, em 2013, foi de 51,7 mil milhões de dólares, um aumento de 11,9% em relação a 2012. A Região Administrativa Especial de Macau tornou-se num pólo de atracção turística da Ásia com mais de 30 milhões de visitantes por ano, 20 milhões dos quais da China continental, ou seja, mais do que o dobro do número registado em 1999. As receitas dos 35 casinos de Macau subiram para 44 mil milhões de dólares, sete vezes mais do que Las Vegas. Com uma taxa de desemprego de 1,7%, uma das mais baixas do mundo, os salários triplicaram nos últimos 15 anos, embora as rendas de casa tenham decuplicado. Macau é hoje uma das cidades mais seguras do mundo.

Macau transformou-se numa metrópole internacional.

Se em 1999 as principais comunidades eram a chinesa e a portuguesa, depois dessa data assiste-se ao aparecimento de novas comunidades, nomeadamente das Filipinas, Indonésia, Vietname, Nepal, Coréia do Sul, Estados Unidos, Grã-Bretanha, França e Alemanha. Macau transforma-se, cada vez mais, numa metrópole internacional.

Dois factos de grande importância foram responsáveis pelo actual crescimento de Macau.

Em 2002, numa decisão sem precedentes, o governo da Região Administrativa Especial de Macau, com o acordo do governo central da China, anunciou o fim do monopólio do jogo e concedeu seis licenças e subconcessões a operadores locais e internacionais para operarem em Macau. Três anos depois, a UNESCO declarou como Património Mundial o centro histórico da cidade, produto único de mais de 450 anos de intercâmbio cultural, testemunho do multiculturalismo e da simbiose de tradições arquitectónicas ocidentais e orientais.

A partir deste momento tudo mudou.

O fim do monopólio do jogo levou a um crescimento imparável da construção, não só por parte dos operadores dos novos casinos mas também pelas empresas de construção perspectivando os negócios que a abertura do jogo iria trazer a Macau. Os casinos, conscientes de que num raio de três horas de vôo a partir de Macau vivem mil milhões de pessoas e a cinco horas vivem três mil milhões, investiram milhões e milhões de dólares transformando o visual da cidade que, no entanto, conservou a sua matriz de influência portuguesa.

Apesar deste enorme desenvolvimento, Macau continua a ser um local privilegiado da coexistência de diferentes culturas e a vida das comunidades aqui residentes é marcada, ao longo do ano, por dezenas de eventos e festividades, umas de carácter cultural, outras desportivas. Às celebrações tradicionais chinesas, budistas e taoistas, como as festividades da deusa A-Ma ou de TouTei, o deus da terra, do Dragão Embriagado ou as corridas dos barcos dragão, aliam-se as celebrações católicas que mantêm as suas principais procissões, como a do Senhor dos Passos e a de Nossa Senhora de Fátima. A estas juntam-se as festividades de outras comunidades, como a filipina e a sua festa do Santo Nino, a birmanesa e o seu festival da água e a tailandesa a celebrar o aniversário do Buda das Quatro Faces.

Grandes acontecimentos de iniciativa oficial ocorrem ao longo do ano, desde o já bem conhecido Grande Prémio de Macau, ao Festival Internacional de Música, ao Festival de Fogo de Artifício, à Festa Latina ou ao Festival Fringe da Cidade de Macau, aos quais se juntam outros eventos de carácter desportivo como o Grande Prémio Mundial de Voleibol Feminino ou a Maratona Internacional de Macau, a maior competição de atletismo que tem lugar no território. Estes acontecimentos, e muitos outros, contribuem para tornar Macau conhecido a nível mundial, fazendo com que milhares de pessoas se desloquem ao território a fim de neles participarem ou simplesmente assistirem.

Também a decisão do governo central chinês de conceder a Macau o estatuto privilegiado de plataforma de ligação entre a China e os países de língua portuguesa, com a criação do Fórum de Macau, veio contribuir para uma maior projecção do território a nível internacional.

Macau tem, pois, uma história de sucesso para a qual contribuem não apenas os factores económicos mas, igualmente, a coexistência de factores culturais tão diferentes. Esta cidade multicultural deve ser vista em todos os seus aspectos para se entender como, em 15 anos, pôde sofrer uma transformação tão profunda sem, no entanto, perder as suas raízes.

Só na China seria possível isso acontecer.”

Jorge Rangel fala aos associados da Casa de Macau e anuncia a doação das fotos à associação macaense

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Um olhar em preto&branco

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Outro aspecto do Centro Português

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Links relacionados:

https://cronicasmacaenses.com/2015/10/19/comunidade-macaense-passeia-pelo-litoral-de-sao-paulo-e-visita-macau/

https://cronicasmacaenses.com/2015/10/15/palestra-de-jorge-rangel-no-seminario-sobre-a-lingua-portuguesa-em-sao-paulo/

Um comentário em “Exposição “Macau – uma história de sucesso” em Santos no litoral de São Paulo

  1. Pingback: Comunidade macaense passeia pelo litoral de São Paulo e visita ‘Macau’ | Crônicas Macaenses

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Rogério P. D. Luz, macaense-português de Macau, ex-território português na China, radicado no Brasil por mais de 40 anos. Autor dos sites Projecto Memória Macaense e ImagensDaLuz.

Sobre

O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.

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