Roteiro das Aldeias do Xisto e Históricas (em Portugal) – (Parte 6 de 8)
Artigo, fotografias e legendas de Jorge Basto (Portugal)
Preâmbulo:
As Aldeias do Xisto são um conjunto de 27 aldeias cujas construções são feitas de xisto, das quais as mais belas ficam na Serra de Lousã.
As Aldeias Históricas são um conjunto de 12 núcleos urbanos anteriores ao Reino de Portugal, na região das Beiras e de grande importância histórica.
Este roteiro que realizei em 8 dias faz uma passagem por essas Aldeias, bem como por outros locais que me interessaram pelo caminho.
Dia 6: Almeida-Belmonte
Neste dia saímos de Castelo Rodrigo e visitamos 3 Aldeias Históricas, cada uma com o seu encanto: Almeida, Castelo Mendo e Belmonte.
Pelo caminho passamos por 2 pontes medievais de rara beleza, Ponte Grande e Ponte de Sequeiros, e por fim chegamos a Belmonte: a terra mais Brasileira de Portugal!
1 – Almeida
Esta Aldeia Histórica foi uma praça-forte do séc XVIII, de planta hexagonal em estrela com 12 pontas, constituída por seis baluartes.
Durante a sua época áurea esteve guarnecida por 5000 homens e continha mais de 100 bocas de fogo.
1.4 Picadeiro d’El Rey, outrora quartel militar, e restaurado para prática de actividades equestres. Foto Jorge Basto
1.6 A Casa da Roda dos Expostos (séc XIX), para acolhimento de crianças abandonadas, que eram deixadas numa «roda giratória», na abertura ao lado da janela. Foto Jorge Basto
2 – Ponte Grande sobre o rio Côa
A Ponte Grande (séc. XVII) foi o principal acesso a Almeida (a 5km), na região onde se travou a histórica Batalha da Ponte do Côa, durante as Invasões Francesas: tropas anglo-lusas comandadas pelo general Crawford e tropas francesas chefiadas pelo marechal Ney.
2.1 Ponte Grande, em cantaria de granito, com 3 arcos abatidos. De arquitectura invulgar, tem uma curva para alinhar nos encontros rochosos. Foto Jorge Basto
2.2 Rio Côa foi fronteira de Portugal até o tratado de Alcanices em 1297. Tem 135 km e deságua no Rio Douro. Foto Jorge Basto
2.6 O viaduto da EN340 e ao lado essa Ponte Grande: não se vê da estrada, não tem sinalização e não há local seguro para estacionar próximo. É mesmo aventura. Foto Jorge Basto
3 – Castelo Mendo
É uma Aldeia Histórica medieval (séc. XIII), edificada num monte granítico, constituída por dois núcleos amuralhados: a Cidadela (o burgo velho, no cimo, em ruínas) e a Barbacã (o burgo novo, a zona urbana);
3.3 Uma escultura zoomórfica de «berrão», de cada lado da Porta. Será um porco, ou javali sem cabeça? Julga-se dos Celtas e possivelmente ligada ao culto da fertilidade. Foto Jorge Basto
3.6 Pelourinho com «gaiola», séc. XVI. Com 7m de altura, é o mais alto das Beiras e feito com uma só pedra. Foto Jorge Basto
4 – Ponte de Sequeiros sobre o Rio Côa
Ponte medieval (séc. XIII) fortificada, a 15km de Sabugal, serviu de fronteira entre os Reinos de Portugal e de Leão.
Só há 2 pontes fortificadas em Portugal, e a outra é a de Ucanha, a 16km de Lamego.
Actualmente é uma ponte de uso meramente pedonal numa zona natural muito bonita, com um pequeno parque de merendas embelezado pela passagem do rio Côa.
4.1 O melhor acesso por estrada pavimentada. Os outros são em terra batida. Dica para GPS: pesquisar 1º Vale Longo, e 2º Ponte de Sequeiros.(foto Google)
5 – Belmonte: por mera lógica, se é a terra de Pedro Álvares Cabral, então… é a terra mais Brasileira de Portugal
A história de Belmonte surge, normalmente, associada à história dos Cabrais e dos Judeus.
Pedro Álvares Cabral (Belmonte-1467, Santarém-1520) foi um fidalgo, comandante militar, navegador e explorador português, creditado como o descobridor do Brasil, tendo chegado a Porto Seguro em 1500.
A Comunidade Judaica que, durante séculos, resistiu até à Santa Inquisição e às penas do seu tribunal, aqui sobreviveu por manter em segredo a prática religiosa. Pessoalmente apercebi-me da presença de visitantes Judeus, até mesmo estrangeiros, que ali vão como que em «peregrinação».
5.1 O Castelo, séc. XIII, que foi residência da família Cabral. À esq. a cruz de madeira de Pau Santo do Brasil, oferecida pelo Presidente Juscelino Kubitschek. Foto Jorge Basto
5.3 A Torre Sineira (séc. XVIII), o Panteão dos Cabrais (séc. XV) e a Igreja de S. Tiago (séc. XIII). Foto Jorge Basto
5.4 O Solar dos Cabrais (à esq.), que foi habitação da família Cabral, com o brasão dos Condes de Belmonte, e onde no logradouro se construiu o Museu dos Descobrimentos (à dir.). Foto Jorge Basto
5.7 Uma rua da Judiaria, onde perto existem uma Sinagoga (1997) e um Museu Judaico (2005) (que não encontrei/fotografei).. Foto Jorge Basto
5.8 O Rio Zêzere (de 214km) visto do hotel, que nasce na Serra da Estrela e conflui no Rio Tejo. Foto Jorge Basto
Dia 7: Belmonte – Fundão
Fica para o próximo episódio, regressando mais ao Sul, com passagem por outras Aldeias Históricas: Sortelha, Monsanto (a aldeia mais Portuguesa de Portugal, assim designada pelo Estado Novo) e Idanha-a-Velha.
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Veja também
Parte 1: Portugal maravilhoso: viagem às “Aldeias do Xisto e Históricas” num roteiro de 8 dias (1º dia)
Parte 2: No roteiro das Aldeias do Xisto e Históricas, em Portugal, Jorge Basto visita Gondramaz, Talasnal, Cerdeira e Lousã
Parte 3 – Piódão, vencedora das 7 maravilhas de aldeias remotas de Portugal, é destaque no roteiro das Aldeias do Xisto e Históricas
Parte 4 – Na 4ª parte do roteiro das Aldeias do Xisto e Históricas, em Portugal, visita à Foz d´Égua, Poço da Broca, Praia da Loriga e Lagoa Comprida
Parte 5 – Castelo Rodrigo, vencedor de concurso em Aldeias Autênticas, Dólmen de Matança, Necrópole das Forcadas, Trancoso, Marialva estão no 5º roteiro de Aldeias de Xisto e Históricas de Portugal
Rogério P D Luz, amante de fotografia, residente em São Paulo, Brasil. Natural de Macau (ex-território português na China) e autor do site Projecto Memória Macaense e o site Imagens DaLuz/Velocidade.
Memória - Bandeira do Leal Senado - para nunca ser esquecida -CIDADE DO SANTO NOME DE DEUS DE MACAU, NÃO HÁ OUTRA MAIS LEAL- Esta é a antiga bandeira da cidade de Macau do tempo dos portugueses, e que foi substituída após a devolução para a China em Dezembro de 1999
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau (ex-território português na China por cerca de 440 anos e devolvida em 20/12/1999) sua história e sua gente.
Macaense – genericamente, a gente de Macau, nativa ou oriunda dos falantes da língua portuguesa, ou de outras origens, vivências e formação que assim se consideram e classificados como tal.
*Autoria de Rogério P.D. Luz,, macaense natural de Macau e residente no Brasil há mais de 40 anos.
Escrita: língua portuguesa mista do Brasil e de Portugal conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
cartaz de Ung Vai Meng
O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.
Hoje, 24 de Junho de 2022, comemora-se 400 anos de “A Maior Derrota dos Holandeses no Oriente” na sua tentativa de tomar Macau dos portugueses. Até a transição de soberania de Macau, de Portugal para a República Popular da China, em 20 de Dezembro de 1999, a data era comemorada como “DIA DE MACAU” ou “DIA DA […]
1 Aqueles bons tempos de Macau, que já não voltam mais, de peças teatrais com participação de macaenses, são recordadas por Jorge Eduardo (Giga) Robarts na sua página no Facebook. Com autorização do Giga, as imagens foram copiadas e editadas, inclusive seus textos. Fazem parte do seu acervo, bem como, partilhadas por seus amigos dessa […]
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